sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Na reta final, Capriles na cabeça!

Faltando apenas dois dias para as eleições na Venezuela, onde a esperança de terminar com o período de 14 anos de ditadura castro-comunista é crescente entre a população, o Notalatina, que há 10 anos vem denunciando os crimes cometidos por Chávez, não poderia se furtar a trazer mais informações que não são divulgadas pela mídia, nacional e internacional, sempre rendidas aos ditames da esquerda.

Leio em vários jornais da América Latina (porque há anos não leio nada publicado pela imprensa brasileira sobre os países vizinhos, uma vez que mentem, omitem e torcem os fatos) que há um “empate técnico” entre Chávez e Capriles, que no encerramento de campanha havia “um mar de gente a favor de Chávez” mas, como eles sabem que mentem em prol do bolivariano e não mostram nem fotos nem outra prova disso, com muito gosto provo que a mentira tem as pernas bem curtinhas.

Assistam abaixo a um vídeo do último comício de Chávez, onde o canal Globovisión, que fez a cobertura e esta gravação, afirma que Chávez não encheu “nem a metade da Avenida Bolívar”. Por outro lado, a foto do último comício de Capriles que ilustra essa edição, mostra a multidão que o apóia e essa foto tem uma história. Ela foi tirada de um apartamento do Hotel Alba, pela equipe de fotógrafos da Escola de Fotografia Roberto Mata, coordenada por Rodrigo Diamandi, de Liderazgo y Visión, e fotografada por Andrew Cavaleri, Lina Sabbagh, Kathiana Cardona e Hernán Yánez, em resposta à proibição de se tomar fotos aéreas, certamente para não expor o mico-mandante ao vexame de sua meia-dúzia de gatos pingados contra a multidão de Capriles. 

Foto tirada desde o Hotel Alba, pela equipe Andrew Cavaleri, Lina Sabbagh, Kathiana Cardona e Hernán Yánez

Pois bem, essa equipe ousada alugou um apartamento do hotel que pudesse dar uma visão bem ampla da Avenida Bolívar. A gerência do hotel desconfiou, invadiu o quarto e revistou tudo, chegando a pedir que os hóspedes deixassem o hotel. Eles negociaram com o gerente e, escondendo os equipamentos, puderam tirar essa foto histórica. A foto e o vídeo não mentem!
  

A respeito dessas eleições, as notícias veiculadas são gravíssimas pois, como era de se esperar - e ocorre em todas as eleições na Venezuela -, os seguidores de Chávez já informaram que vão “mandar chumbo” se a oposição “não aceitar a vitória de Chávez”. As pesquisas de opinião dão como certa a vitória de Capriles por mais de 7 pontos de vantagem, daí que temo que depois que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) anunciar a derrota de Chávez, suas milícias vão atacar com fúria e muito sangue vai correr. E isto não é especulação da minha parte, mas afirmações feitas pelo chefe dos “Tupamaros”, Alberto “Chino” Carías, em entrevista ao periódico ABC da Espanha. Traduzo parte dessa entrevista para que vocês possam conhecer o que disse este delinqüente que já tem em sua ficha policial mais de 10 assassinatos, todos impunes, acobertados por Chávez.

“O presidente Hugo Chávez disse que reconhecerá os resultados? 

Exatamente, porque Chávez ganhará. Porém, se a oposição desconhece isso e chama as guarimbas a partir das 16:00 horas, vamos enfrentá-las. (Observação minha: na matéria ele afirma que a Guarimba são “focos de violência” mas é exatamente o contrário: é uma resistência pacífica em que as pessoas se concentram nas ruas fechando passagens, SEM O USO DE QUALQUER TIPO DE ARMA OU VIOLÊNCIA).

Como farão? 

Com chumbo. Será um formigueiro. Estamos preparados e bem armados. Vamos em moto, carro ou a pé. E se vemos agitação na rua, colocamos o capuz e tiramos as armas.

O que vocês vão fazer se a autoridade eleitoral declarar Capriles ganhador? 

Passamos à resistência ativa. Ativaremos todas as células para denunciar a extrema direita. Um governo de Capriles teria o povo agitado e mobilizado. Isso Chávez nos ensinou.

Qual é o seu vínculo com o terrorista venezuelano “Carlos” Ilich Ramírez “o Chacal”, preso na França?

Temos contato telefônico.

E seus vínculos com o ETA?

Somos aliados políticos do ETA e das FARC, mas não vou dar mais detalhes pelo mal antecedente que tivemos com o espanhol “El Palestino”, que se infiltrou em nossa organização e gravou nossas atividades com câmera escondida sem dizer que era um jornalista. (Obs. O jornalista espanhol que usa o cognome “Antonio Salas” infiltrou-se não só entre os “Tupamaros” mas também com os “Carapaica” e fez-se amigo de Carlos “o Chacal”, para escrever seu magnífico livro “O Palestino”).

Quem lhes financia”? 

Isso é um segredo militar.

Quantos membros têm os “Tupamaros”?

É um segredo militar. Temos células em toda a Venezuela.

Como você se define? 

Como um guerrilheiro marxista-leninista. Somos vigilantes revolucionários armados. Se houver alguma tentativa de golpe os tiraremos a fogo e chumbo, como o fizemos em abril de 2002”.

Bem, aí estão as declarações de “Chino” Carías e a confissão daquilo que a Venezuela inteira sabe: que foram os sicários de Chávez que promoveram a chacina de Puente Llaguno e da praça Francia de Altamira, que resultou em uma centena de feridos e alguns mortos. Por este crime do qual ninguém esquece, estão apodrecendo na cadeia os que tentaram impedir a barbárie: os delegados de Polícia Vivas, Forero e Simonovis.

Esta edição traz outro fato que não se comenta em nenhum lugar no Brasil, e que revela mais um pouco das atitudes de Chávez quando alguém começa a servir de estorvo a seus planos, embora tenha sido durante anos nada mais que seu capacho. É verdade que o defunto não merecia esse fim, pois sou totalmente contrária a qualquer tipo de tortura e morte como forma de vingança ou queima de arquivo, mas essa é a única maneira que Chávez e seus mentores cubanos conhecem para “eliminar da foto” alguém que pode pôr seus planos em perigo. O fato aconteceu no sábado 09 de setembro e foi cuidadosamente abafado, alegando-se que a vítima “caiu do teto” do Fuerte Tiuna, onde funciona o Ministério da Defesa e servia de residência ao Sargento da Guarda Nacional Antonio José Canchica. Leiam a tradução dessa história macabra, que só teve uma repercussão rasteira na Argentina, pois diz respeito àquela maleta com 800 mil dólares que Chávez deu à Cristina Kirchner para compra de votos de sua re-eleição.

Assassinado o Sargento Técnico de 1ª (GN) Antonio José Canchica

Carlos Arosemena

Antonini e Canchica em Miami

“No sábado passado (09.09), às três horas da manhã, foi assassinado o Sargento Técnico de Primeira (GN) Antonio José Canchica no Fuerte Tiuna. O sargento era Diretor do gabinete do atual Ministro da Defesa, General-em-Chefe (Ex) Henry de Jesús Rangel Silva. Canchica era um expert em inteligência e agente de confiança do ministro Rangel que, quando era Diretor da DISIP (polícia política chavista), o enviou a Miami para tratar de negociar com Antonini Wilson a famosa maleta para a campanha presidencial argentina, capturado por agentes da aduana de Buenos Aires com 800.000 dólares, ilegalmente enviados pelo Presidente Chávez para a campanha eleitoral de Néstor Kirchner e sua mulher Cristina.

Informam-nos que Canchica foi torturado e jogado desde o 4º andar, edifício 8-1 em Fuerte Tiuna. A razão: medo de que ele falasse antes do iminente final do regime castro-comunista na Venezuela. Aparentemente, Canchica sabia muito e clamava que, enquanto seus chefes estavam todos gordos, ricos e poderosos, ele havia arriscado o couro durante as ações dignas de filmes de espionagem, quando escapou em uma lancha rápida desde Miami para não ser capturado pelo FBI e a CIA que estavam em seus calcanhares, e foi recolhido em águas internacionais por uma lancha do G2 cubano e conduzido até a Embaixada venezuelana em Havana.

Canchica, o espião venezuelano em missão oficial com poder para negociar o silêncio de um delito cometido em quatro nações, o James Bond dessa trama, não tinha nem um bolívar para garantir seu futuro. O pobre agente de inteligência tinha que se conformar em viver em uma residência da guarnição alugada no Fuerte Tiuna e com o tanto que sabia sobre as andanças dos narco-generais, considerava que deveria receber sua parte do botim ou se veria obrigado a falar. Mantiveram Canchica por um longo tempo na Embaixada da Venezuela em Cuba, enquanto esfriava o escândalo da maleta argentina de Antonini Wilson.

Este crime forma parte do canibalismo castro-chavista que se desatou nos últimos meses. Dessa maneira, fizeram desaparecer uma testemunha-chave nas aventuras de um General-em-Chefe solicitado por narco-tráfico pelas autoridades norte-americanas. Segundo Pablo Medina, o sargento foi enterrado no cemitério da Guairita no setor 22C N72. “Henry Rangel Silva me disse que estava mandando um homem de sua inteira confiança para me ver, que vão me dar os recibos, o dinheiro, para que eu cale a boca e não fale com ninguém”, explicou Antonini Wilson depois de ter sido detido pelo FBI em 2007.

Recentemente Antonini declarou ante os meios de comunicação que não acreditava na versão do suicídio do Sargento Canchica, fornecida pelo governo do presidente que está de saída. Nestes tempos de escape, quando restam poucos dias ao regime, tudo sai à luz pública. Alguns queimam gabinetes governamentais, outros destroem papéis comprometedores ou transferem propriedades em nome de testas-de-ferro, mas os mais temerosos e com poder, ordenam assassinar testemunhas indesejáveis. É por isso que o Coronel (GN) Eladio Aponte Aponte fugiu para os Estados Unidos para salvar sua vida, já que sua consciência estava a ponto de transbordar por seus crimes cometidos por ordem de Chávez, entre os quais se encontra haver condenado a 30 anos de prisão os delegados e policiais que, cumprindo com o seu dever de defender os cidadãos, salvaram centenas de vidas durante os tiroteios de Puente Llaguno, quando pistoleiros afeitos ao regime massacraram a tiros toda uma população indefesa que marchava pacificamente para Miraflores.

Esse encontro entre Canchica e Antonini, entretanto, ficou imortalizado em um vídeo e umas quantas fotografias. O jornalista do diário venezuelano El Nacional, Javier Mayorca, reportou por Twitter que “faleceu um dos protagonistas centrais do capítulo norte-americano do ‘Caso Antonini’. Trata-se de Antonio José Canchica Gómez, o emissário que o então chefe da Inteligência venezuelana, Henry Rangel Silva enviou aos Estados Unidos. Agora, quase cinco anos depois daquela reunião em Plantation (nos arredores de Fort Lauderdale), ao que parece morreu Canchica”. Segundo o jornalista, o Sargento Técnico de Primeira da Guarda Nacional venezuelana, faleceu aos 41 anos ao cair do teto de uma residência no Fuerte Tiuna. Com o assassinato do Sargento Canchica, encerra-se mais um capítulo do regime de terror castro-comunista encabeçado pelo presidente que vai sair”.

O Notalatina vai ficar atento às eleições da Venezuela e vai informar todos os acontecimentos sobre o evento, além do resultado final. Fiquem com Deus e até a próxima!

Traduções e comentários: G. Salgueiro

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Notalatina entrevista o ex-presidente Álvaro Uribe


"No hay causa perdida" novo livro do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez

Há dois anos o Notalatina recebeu do então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez, uma carta de agradecimento pelo trabalho que realizo em defesa da liberdade e democracia na região, sobretudo por denunciar ao mundo os horrores praticados pelos terroristas das FARC em seu país. Apesar de eu haver publicado a carta no original e depois tê-la apresentado com uma foto minha na edição relatando minha primeira visita à Bogotá, muita gente ainda duvidou e escreveu comentários - anônimos, como sempre! - mesquinhos a respeito.

Na semana passada entrei em contato com um amigo - o mesmo que me entregou essa carta - para ver com ele a possibilidade de traduzir o livro que o ex-presidente Uribe estará lançando em meados desse mês, intitulado “No hay causa perdida”, e que ilustra essa edição de hoje. Ele escreveu a Uribe com minha mensagem, e qual não foi a minha surpresa ao ver a resposta: “Dê meu e-mail e telefone a ela para marcarmos uma entrevista”.

Isso foi um sonho que nunca me passou pela cabeça, dado que este grande homem desde que deixou o Governo nunca parou de lutar pelo seu país, vive dando aulas em universidades pelo mundo todo e, evidentemente, tem uma agenda muito apertada. Então lhe escrevi e ele marcou a entrevista para o domingo passado, 30 de setembro, às 3 horas da tarde pelo Skype. Esse acerto foi feito no sábado e, embora estando a par dos últimos acontecimentos em seus mínimos detalhes, escolhi dois temas que poderiam se desdobrar no desenrolar da entrevista: o “acordo de paz” entre o governo Santos e as FARC, e seu novo livro.

Mal consegui dormir e no domingo estava com tudo pronto desde cedo. A espera só aumentava meu nervosismo. Ele estava em Washington e teve um compromisso antes da entrevista. Então, às 4 horas recebo um bilhetinho pelo Skype pedindo desculpas pelo atraso, pois o compromisso havia se estendido mas que ele estava acelerando para não atrasar tanto.

Finalmente, quando estou sentada em frente ao me micro aguardando que ele chegue e diga que podemos começar, toca o telefone do Skype: era ele, já iniciando o vídeo! Eu havia repassado as perguntas zilhões de vezes mas diante do inesperado, o nervosismo se instalou a tal ponto que esqueci de ligar minha câmera...

Muitas das perguntas que eu havia planejado fazer foram deixadas de lado, pois ele estava visivelmente cansado da correria entre mil compromissos, mas do que pudemos conversar valeu muito a pena. O que mais me marcou desse contato com o homem mais notável e amado da Colômbia foi sua extrema simplicidade, gentileza e cordialidade no trato. Eu não falei com um “ex-presidente” nem um político, mas com um homem inteligente, de raciocínio rápido, sereno e com a simplicidade dos que são realmente grandes, sem arrogância, nem empáfia, nem aquele populismo demagógico que estamos acostumados a ver em quem ocupa ou ocupou cargos de grande relevância.

Apesar de ser fluente no espanhol, aquela situação inusitada me deixou tão nervosa que gaguejei em diversas ocasiões, mas peço aos meus leitores que relevem esse deslize pois o que vale mesmo é o que conversamos. Na verdade, percebo agora que não foi uma entrevista mas uma conversa entre duas pessoas que, embora distantes não apenas fisicamente mas sobretudo em importância e responsabilidades, pensam da mesma forma e lutam pelos mesmos ideais, daí ter sido tão agradável.

No final ele me convidou para o lançamento e noite de autógrafos de seu livro em Bogotá que, para minha tristeza, dificilmente irei...

Quero registrar aqui também o imenso apoio que recebi de duas pessoas muito queridas, que sem as quais esta entrevista jamais poderia ser realizada: meu filho Matheus que me ajudou tecnicamente a gravar a entrevista, inclusive instalando um programa novo para melhorar a qualidade do som e imagem, e meu amigo Alex Brum Machado, proprietário do blog Cavaleiro do Templo que, com uma paciência maior do que de costume, editou e publicou o vídeo desta entrevista. As perguntas que não foram feitas ao ex-presidente Uribe não se perderam pois serão feitas em outra entrevista já programada com o Coronel do Exército Colombiano Luis Alberto Villamarín Pulido, meu amigo pessoal e de quem sou tradutora oficial no Brasil.

Desfrutem, pois. Fiquem com Deus e até a próxima!

 

Comentários: G. Salgueiro