sábado, 5 de julho de 2008







Muita confusão e desinformação vem sendo espalhada pela mídia (jornal, tv’s, internet), após o sucesso inusitado da libertação dos prisioneiros das FARC, dentre os quais a mais cobiçada - Ingrid Betancourt - por sua condição de ex-candidata presidencial da Colômbia e por ter cidadania francesa. Não morro de amores por esta senhora, sobretudo por suas posições políticas em consonância com o eco-esquerdismo mas, a bem da verdade, também não posso aceitar que mentiras sejam divulgadas como se fossem verdades provadas, apenas com o intuito de desmerecer a magnífica atuação do Governo Uribe no combate exitoso ao narcotráfico das FARC, ELN e para-militares ao longo dos seus mandatos.

A semente da desconfiança na lisura desta ação foi plantada e encontrou solo fértil até em pessoas que eu não imaginava viessem a duvidar da integridade do presidente Uribe, bem como dos seus homens fardados. Observei que a reação a este evento foi manifestamente desproporcional à da farsa montada nas anteriores “trocas humanitárias”, aquelas sim, um espetáculo deprimente onde a mentira, o oportunismo sem-vergonha do ditador Chávez e da senadora comunista Piedad Córdoba, além dos próprios libertados, eram patentes mas ninguém viu, ninguém percebeu e a mídia aplaudiu. Um show macabro onde o que estava em jogo eram a elevação do prestígio de Chávez, bastante arruinado depois do fracasso no Referendum de 2 de dezembro passado, e da Córboba, porque aliada de ambos – Chávez e FARC – desejava deslanchar sua postulação à presidência da Colômbia e dar novo fôlego às FARC.

Como se não bastassem as dúvidas sobre a operação (muitas pessoas achando “impossível” a infiltração de militares na guerrilha, que Ingrid parecia ter vindo de um spa [ver foto acima], por não terem abatido nenhum terrorista, etc.), hoje cedo os jornais do mundo todo divulgaram uma nota da “Rádio Suíça Romande” (estatal), sob o título “Ingrid Betancourt: uma libertação comprada?”, onde afirmavam que Uribe havia pago 20 milhões de dólares, doados pelos Estados Unidos, pela libertação dos prisioneiros. A Rede ‘Pravda’ de Televisão (Rede Globo) que não deu a importância devida ao evento do dia 2, noticiou esta farsa através de um correspondente brasileiro, sisudo, com aquele ar soturno de quem diz: “Agora ferramos Uribe!”. Seria patético, se não fosse uma ação calculada pelo esquerdismo internacional.
Para facilitar a compreensão do que de fato está ocorrendo neste episódio, divido-os em itens relativos aos temas.

A OPERAÇÃO DE RESGATE

Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que quem trabalha em serviço de Inteligência (sobretudo Militares) são pessoas muitíssimo preparadas física, emocional e intelectualmente, da mais alta responsabilidade e seriedade, que não agem por impulso, tampoco o fazem esperando o aplauso do público. Suas ações são meticulosamente estudadas, calculadas, sigilosas e obedecem a ordens superiores planejadas estrategicamente. Isto posto, e não se tendo qualquer notícia de fanfarronice ou lapso dos Comandantes Militares e do ministro da Defesa, por que não acreditar quando eles informaram que o resgate fora obra de um trabalho elaborado durante 5 meses, mas dar crédito às sementes da discórdia plantadas pelos companheiros de viagem da mídia?

Na edição anterior eu já havia disposto o vídeo em que o Ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, explica como fora a Operação “Xeque-mate”, além de um documento detalhando todo o processo da operação. Na edição de hoje disponho neste vídeo a alocução detalhada do Comandante das Forças Militares, Freddy Padilla de León, feita durante o encontro ocorrido no Clube Militar, onde o presidente Uribe saúda os libertados, seus familiares e parabeniza os envolvidos na ação.

A equipe toda envolvida na operação era composta de 4 militares como pilotos e tripulação do helicóptero, mais 9 na equipe de resgate na selva, e aproximadamente uns 18 em terra, monitorando e acompanhando todo o processo a partir do momento do deslocamento do helicóptero ao local onde se encontravam os prisioneiros até seu retorno. Toda esta equipe pertece ao serviço de Inteligência do Exército e estava sob as ordens diretas do Gen Padilla – o cérebro de toda a Operação - que praticamente levou a cabo a idéia concebida pelo ministro da Defesa. [Tenho que abrir um parênteses aqui para, envergonhada, comparar com o ministro da Defesa brasileiro, um falsário que opera diligentemente para destruir e humilhar as nossas Forças Armadas].

COMO REAGIRAM OS CONTRÁRIOS À LEI E À ORDEM?

Independente de se gostar ou não das posturas político-ideológicas de Ingrid Betancourt, qualquer pessoa que ama a liberdade ficou feliz com a libertação dos 15 prisioneiros dentre os quais ela era a mais cobiçada. Para mim tanto fazia ser uma ex-candidata presidencial ou um simples fazendeiro, ou ainda uma criança, cujos pais não puderam pagar o resgate exigido pelos terroristas; são todos seres humanos como eu que ainda gozo da liberdade de estar aqui escrevendo, tentando mapear esta situação tão propositalmente embassada, e que têm o mesmo direito perante Deus e os homens de ser livres. A alegria de vê-los libertados é indizível e emocionante!

Então vejamos: onde estava a saliente Piedad Córdoba, que no espetáculo de Clara, Emanuel e Consuelo aparecia em todas as fotos e eventos como a “grande benemérita” e a estrela principal do evento? Somente hoje, sexta-feira, ela se pronunciou dizendo que se sentia “muito contente” mas que “isto sirva para avançar em um processo de acordo humanitário”. E o terrorista Daniel Ortega, da Nicarágua? Silêncio sepulcral. Em um comunicado, seu chanceler Samuel Santos disse: “Nós estamos contentes de que se vão resolvendo pouco a pouco os problemas, porém a verdadeira solução somente vai-se ver através do diálogo e da negociação”.

Chávez ficou em estado de choque, afinal, o “cachorro do império” deu um xeque-mate em suas ambições de limpar-se perante a Colômbia e o mundo do envolvimento com as FARC mas só à noite, segundo informou, falou com Uribe dizendo-se muito contente. Seu discurso foi igual ao de Lula e Fidel, alegando que “não há mais espaço para alcançar o poder através das armas, dos fuzis”, e acrescentou que era necessário organizar um comitê de negociações entre os países da região para alcançar a paz.

Lula, por sua vez, disse: “Eu acho que (as Farc) precisam ter um fim. Aqui na América do Sul e na América Latina não existe nenhuma razão para alguém querer chegar ao poder pela via armada, porque a democracia reina nesse continente. Todas as forças políticas disputam e se organizam em partidos políticos. Eu acho que é uma coisa do passado esse negócio de achar que a via armada é solução para alguma coisa, sobretudo em regime de liberdade”. E prosseguindo em sua verborragia demagógica, sempe com um “eu acho”, disse que achava “abominável alguém manter pessoas seqüestradas por uma hora, quanto mais por seis ou sete anos”. Mas não foi isto que ele “achou” em relação ao caso do empresário Abílio Diniz, quando foi visitar e dar seu apoio aos seqüestradores e não à vítima!

O que ficou implícito nisso tudo? Ao contrário do mal disfarçado repúdio, todos, sem exceção, começaram uma campanha velada em prol das FARC: 1. repetindo que é necessário dar continuidade aos “acordos humanitários”; 2. que a via democrática é a única viável atualmente (seguindo a cartilha de Gramsci), para 3., que o mundo aceite, posteriormente, as FARC participarem do processo político como um partido legalizado. Eles não querem o “fim” das FARC mas legalizá-la perante o mundo, pois só desta maneira as atividades ilícitas podem ter continuidade sem chamar atenção, parodiando o que Lula disse referindo-se ao Foro de São Paulo.

A PASSIVIDADE DOS MILITARES PERANTE OS TERRORISTAS DAS FARC

Muita gente se perguntou, duvidando da veracidade da operação, por que os Militares não eliminaram os terroristas no momento do resgate? No longo convívio com Militares uma coisa sempre ficou muito clara para mim: o respeito pela vida humana – seja de quem for - que deve ser preservada a qualquer custo. Lembrem-se de que no confronto ao acampamento em que morreu Raúl Reyes, eles carregaram cuidadosamente em macas aqueles que ficaram feridos, pois o objetivo é julgá-los para que eles possam pagar, dentro da Lei, por seus crimes. Se ocorrerem mortes que sejam em combate, quando a outra parte resistir à solicitação para se entregar. Isto é claríssimo e penso que é o justo e correto; quem mata a troco de nada, só por ver o outro como inimigo, são marginais, assassinos, terroristas; esta não é a praxis Militar.

Na “Operação Xeque-mate” o objetivo era resgatar os reféns com vida e o menor vacilo fora daquilo para o qual foram treinados poderia ser fatal. Tanto é assim, que um dos militares percebeu que o Comandante “Cesar” estava com uma pistola e, em sua representação de “humanista” de uma ONG solicitou que este lha entregasse para evitar problemas de constrangimento para a equipe, ao qual este cedeu. Com este elemento armado dentro do helicóptero as coisas poderiam fugir do controle e a equipe poderia não ter concluído o trabalho com a precisão com que se deu – toda a operação em 25 minutos.

Para quem duvidou que os dois comandantes das FARC foram presos na operação, o Exército os apresentou à imprensa (na foto acima): Gerardo Antonio Aguilar, codinome “Cesar”, há 10 anos nas FARC era o comandante da Frente Primeira que operava nos estados de Guaviare e Vichada e substituiu o “Negro Acacio”. E Alexander Farfán Suarez, codinome “Enrique Gafas”, segundo no comando da Frente Primeira das FARC, era a pessoa encarregada da segurança e cuidado direto de um dos grupos de prisioneiros.

Quando eu estava fechando esta edição o site do Ministério da Defesa disponibilizou dois vídeos que – assim espero – vão terminar com esta elucubração de farsa numa das operações mais bem sucedidas de todos os tempos na história Militar e de Inteligência da Colômbia. Antes, porém, repito aqui as palavras do Comandante Geral das Forças Militares, Gen Padilla de León, negando o pagamento de 20 milhões de dólares às FARC, bem como da participação do general israelense Israel Ziv. Segundo o Gen Padilla, “posso jurar por minha palavra de honra como Comandante que para mim teria sido mais benéfico que “Cesar” tivesse recebido 20 milhões, e que teria sido mais demolidor ao interior das FARC se isso fosse um incentivo”.

Neste vídeo, filmado por um “jornalista” da pseudo ONG, pode-se ver o momento em que os prisioneiros caminham para o helicóptero, quando “Cesar” é desarmado, e o momento de emoção e euforia quando os resgatados são informados de que estão à caminho da liberdade. Para os que acharam Ingrid muito alegre e descontraída, vejam a reação dos primeiros momentos do contato com a nova situação. Eu sei o que é isto e posso afirmar: foi real e muito, muito emocionante! E neste outro, o passo-a-passo da operação de resgate.

CONCLUSÃO

Para mim algumas coisas ficaram muito claras nestes últimos acontecimentos, me reportando ao início do ano com aquelas teatralidades dos “acordos humanitários”, as mortes dos principais cabeças das FARC, as descobertas feitas nos computadores de Raúl Reyes e finalmente o sucesso da “Operação Xeque-mate”. Em primeiro lugar, é evidente o desmoronamento deste bando terrorista – com a graça de Deus! -, em razão da firmeza e persistência do presidente Uribe, assessorado por competentes militares e ministro da Defesa, fazendo aquilo que deve ser feito sem dar ouvidos aos achismos dos oportunistas de plantão. Em conseqüência, isto também atingiu e enfraqueceu o Foro de São Paulo, do qual as FARC são membros – já não tão ativamente participantes em decorrência da repressão -, e seus principais líderes estão percebendo que não há mais como tapar o sol com a peneira, daí a mudança de discurso. Em janeiro Chávez pedia que as FARC fossem consideradas um “grupo beligerante” e não terroristas; com a morte de Raúl Reyes, fez um minuto de silêncio na Assembleia Nacional mas, há poucas semanas, muda o discurso e pede que eles deponham as armas e entreguem os reféns. Lula o acompanha, Fidel diz que o “erro” das FARC são os seqüestros desumanos, enfim, todos querem manter-se afastados dessa “lepra” para salvar a própria pele e, ao mesmo tempo, salvar o Foro de São Paulo.

O presidente Uribe é antes de tudo um político; dizem que tem gênio tão forte quanto pulso firme e está querendo tentar um terceiro mandato, aproveitando os lucros de sua popularidade cada vez mais ascendentes. Não desconheço esses detalhes mas também não posso negar que, disparado, com todos os defeitos de sua humanidade, ainda é um presidente do qual qualquer pessoa de bem se orgulharia de tê-lo como mandatário, além de ser cristão e sempre agradecer a Deus por todas as conquistas que o país vem obtendo em relação a esta batalha.

Ingrid Betancourt, por sua vez, tem histórias muito nebulosas em sua vida pessoal, sobretudo no período em que viveu na França; pertence à esquerda ecológica e isto é um risco sério caso resolva se candidatar novamente, pois até já cogitam indicá-la para Prêmio Nobel da Paz. Certamente será cumprimentada pelo vigarista do Al Gore. Em entrevistas recentes ela negou ainda almejar a presidência, afirmando que está feliz por ter Uribe como presidente do seu país mas não sabemos até onde isto são apenas declarações de quem acabou de ser salva de uma situação tão miserável. Todavia, acredito na sinceridade de suas palavras quando pede que todos se unam para devolver a paz à Colômbia, na sua ojeriza às FARC, e na sua emoção e reconhecimento agradecido aos seus libertadores. Quem viveu durante 6 anos acorrentada como bicho selvagem e sob ameaças constantes de bombardeios, faz qualquer coisa – ou diz qualquer asneira – em nome de uma paz duradoura.

Enfim, não me parece haver “coisas ocultas” nessa história nefasta, pois tudo vem se comportando de forma lógica para quem acompanha os fatos há anos e direto das fontes. Acredito que as esquerdas vão retomar a carga de infâmias e acusações falsas – como já se evidencia em todos os jornais e sites, desde o dia 2 - porque não aceitam a derrota sofrida mas isto é também previsível. O que precisamos agora, nós brasileiros, é ficar atentos às nossas FARC brasileiras que atendem pelo vulgo de MST. Espero, de coração, que o pesidente Uribe e sua excepcional equipe Militar consiga libertar todos os reféns em poder destes terroristas e que este câncer possa ser extirpado em sua raíz, definitivamente.

Força e Honra ao presidente Uribe, aos Guerreiros combatentes, à Colômbia e que Deus abençoe nossa América Latina!

Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários e traduções: G. Salgueiro

quinta-feira, 3 de julho de 2008


O dia 2 de julho vai ficar marcado na história da Colômbia, depois que o mundo conheceu a espetacular operação denoninada “Jaque” (xeque-mate) que libertou 15 prisioneiros das FARC, dentre eles a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e os três norte-americanos, sem que um só tiro ou qualquer outro tipo de violência física se produzisse. Nesta operação sem precendentes na história, por sua audácia, precisão e extremo profissionalismo, o serviço de Inteligência das Forças Armadas e Policiais ludibriaram os comandantes das FARC numa ação só imaginável em filmes de espionagem.

O canal de tv CNN em Espanhol fez uma cobertura completa, desde o fim da tarde, à qual assisti emocionada. Quando esta edição for divulgada certamente todos os jornais já terão dado a notícia da libertação de Ingrid, por isso não quero me ater muito ao fato em si mas a alguns detalhes mais relevantes, por exemplo, como, quando e de que modo foi montada a operação, a reação dos presidentes mais envolvidos com o caso e o aspecto político-estratégico deste acontecimento.

Quando o material apreendido dos computadore de Raúl Reyes começou a ser examinado, encontrou-se uma troca de mensagens entre a senadora comunista Piedad Córdoba e o comando das FARC, onde esta sugeria que não se libertasse Ingrid pois ela representava o maior trunfo que eles tinham em mãos; era a “galinha dos ovos de ouro” com a qual as FARC poderiam fazer exigências e chantagens ao governo colombiano por tempo indeterminado. Noutra oportunidade, tanto ela quanto os aliados das FARC – Chávez, Correa, Insulza -, dona Yolanda (mãe de Ingrid) e os próprios ex-reféns, viviam afirmando que as FFAA não deviam tentar um resgate pois seria fatal – superestimando o poder das FARC e subestimendo a competência das Forças de Segurança Nacional -, apelando para que o presidente Uribe cedesse aos apelos dos chefes da guerrilha decretando “zona desmilitarizada” os departamentos de Pradera e Florida.

O presidente Uribe, sempre muito diplomático, nunca respondeu a estas sandices e continuou trabalhando com sua equipe com o sigilo que o caso requeria, com o apoio incondicional do governo americano. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Gordon Johndroe, “Apoiamos a operação e proporcionamos apoio específico. Este resgate vem sendo planejado há muito tempo, e nós trabalhamos com os colombianos durante cinco anos, para libertar os reféns desde que foram presos”.

Segundo informou o Gen Freddy Padilla, Comandante das Forças Militares e chefe desta operação, os planos começaram a ser traçados com informações passadas pelo policial John Frank Pinchao, depois de sua fuga de 9 anos de cativeiro como prisioneiro das FARC; posteriormente Clara Rojas, libertada em janeiro, proporcionou mais alguns dados e, somando às imagens de satélite, o pessoal de Inteligência pôde ir montando o quebra-cabeças. Através deste Documento, elaborado pela Chefatura de Operações Especiais Conjuntas (JOEC, na sigla em espanhol) constante no site do Ministério da Defesa Colombiana, pode-se ver os detalhes da operação: os comandantes encarregados dos reféns, os possíveis locais onde se encontravam, como se daria o cerco e até fotos dos helicópteros utilizados na operação. Há ainda no site do Comando Geral da Força, a descrição verbal deste documento feito pelo Gen Padilha, disponível apenas no site, e que pode-se ouvir acessando este link: http://www.cgfm.mil.co/CGFMPortal/index.jsp?option=noticiaDisplay.

No início da tarde o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, fez um Comunicado à Radio Caracol, explicando a operação e enfatizando que “o país, o mundo e os seres queridos dos seqüestrados não terão como agradecer a estes generais e seus homens, semelhante operação de resgate. Minhas felicitações muito sinceras a nossos homens de Inteligência do Exército, ao General Mario Montoya, seu Comandante, e ao General Freddy Padilla quem esteve à frente da operação do princípio ao fim”. E Ingrid Betancourt tão logo pôde falar, igualmente mostrou seu emocionado agradecimento a Deus e à Virgem Maria e em seguida disse: “Obrigada ao meu Exército, de minha pátria Colômbia, obrigada pela impecável operação de resgate, a operação foi perfeita. Estão nos demonstrando que a paz é possível sim”. Pediu que os colombianos acreditem em seu Exército que “nos vai levar à paz” e agradeceu ao presidente Álvaro Uribe “que se arriscou por nós”.

AS NOTAS DISSONANTES DO EVENTO

Segundo informou a CNN em Espanhol no início da reportagem, o cocalero Evo Morales enviou uma mensagem felicitando pela libertação dos prisioneiros mas, como era de se esperar, enaltecendo o papel de mediador de Chávez e Correa no episódio. O jornalista Daniel Viotto que fazia a cobertura do especial, após ler a nota de Morales corrigiu esta afirmação, lembrando que a vitória pertencia unicamente ao governo e Forças Militares da Colômbia. Vale salientar que Viotto, que conduz o excelente programa “Encuentro”, tem-se mostrado um crítico contumaz desses governos comuno-populistas da América Latina e teve no ano passado um problema com Chávez, que ameaçou processá-lo, quando noticiava o assassinato de um famoso jogador de beisebol e mostraram a imagem de Chávez.

A segunda nota dissonante veio do presdidente francês Nicolas Sarkozy que, junto com os filhos e a irmã de Ingrid Betancourt, fez um pronunciamento dizendo de sua alegria com a libertação de Ingrid mas era visível seu desconforto, uma vez que o ocorrido fugira totalmente dos seus planos. Pior do que essa inadequação foram sua palavras de agradecimento a Chávez, Correa e Piedad Córdoba, afirmando que sem suas intervenções essas libertações não teriam sido possíveis. No final de tudo, como se tivesse se dado conta da asneira dita, agradeceu também a Uribe.

Durante todo o depoimento de Ingrid, numa coletiva de imprensa oferecida ainda no aeroporto militar de Catam, ela não economizou elogios ao grandioso trabalho dos Militares que realizaram a operação, tampouco ao presidente Uribe a quem repetiu diversas vezes sua gratidão. Elogiou a admistração de Uribe, alegando não saber se teria sido tão boa presidente quanto ele. Foi, de certo modo, um tapa na cara na idiota útil dona Yolanda, sua mãe, que demonizou Uribe, associou-se aos comunas oportunistas Chávez e Piedad Córdoba e ainda reciclou ranços contra a atuação do governo colombiano na Cuba de Fidel Castro. Em nenhum momento de sua longa explanação Ingrid falou da atuação desses nefastos comunistas, até que um repórter veio lembrar-lhe da importância da intervenção de Chávez; por cortezia, me pareceu, ela agradeceu acrescentando que tanto ele quanto Correa poderiam desempenhar um papel importante para a libertação dos demais reféns.


COMO FICAM AS COISAS AGORA?

É evidente que o fim das FARC se aproxima. Semana passada Alfonso Cano convidou os para-militares e o ELN para somarem forças com eles, o que demonstra que ele tem consciência da fragilidade da guerrilha. Respondendo a uma pergunta, Ingrid disse não poder afirmar que as FARC estavam derrotadas mas lembrou que, pelo menos em termos de logística, a situação estava muito ruim, pois há um ano a comida era escassa, não havia botas, roupas ou mesmo simples material de higiene como sabonete ou pasta de dentes.

Por outro lado, sem alguém importante como Ingrid, as FARC perderam sua força de chantagear ou manipular o opnião pública com a balela de “troca humanitária”. Nessa esteira arrastam-se Piedad Córdoba, que sonhava ser a autora do feito para alanvancar seus planos de candidatar-se à presidência e, caso eleita, conceder às FARC o direito de tornar-se um partido político. E Chávez, que vem amargando uma derrota atrás da outra, não vai mais poder limpar sua imagem às custas da farsa de uma benemerência com os seqüestrados das FARC. Tanto era uma farsa este interesse pela sorte dos presos, que nenhuma palavra de felicitação foi dirigida à família daquela que ele dizia defender!

O Governo brasileiro tampouco se manifestou até o momento mas deve ter sido um duríssimo golpe para Marco Aurélio Garcia, Lula e todos os membros do Foro de São Paulo pois, observem que os únicos que se manifestaram – Morales e Cristina Kirchner -, o fizeram enaltecendo os camaradas deles, que nenhuma participação tiveram no episódio.

A lição que eu extraio de tudo isso – e que serve para nós brasileros também – é a importância fundamental da Inteligência para se estabelecer uma estratégia vitoriosa. Não se negocia com criminosos, bandidos, marginais. Pastrana fez isso e a guerrilha cresceu; Uribe agiu com pulso firme e determinação, com gente capaz e treinada para agir na hora certa, do modo que deve ser. Estão sendo vitoriosos. São heróis e merecem nosso respeito e admiração. E são os heróis de hoje que ilustram esta edição do Notalatina. Da esquerda para a direita: Gen Freddy Padilla, Comandante das Forças Militares; Gen Oscar Naranjo, Comandante da Polícia Nacional; Juan Manuel Santos, Ministro da Defesa e Gen Mario Montoya, Comandante do Exército. Que Deus abençoe, proteja e ilumine esses heróis, o presidente Uribe e todo o povo pacífico e ordeiro da Colômbia!

Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários e traduções: G. Salgueiro