quarta-feira, 28 de maio de 2008









Quando eu recebi a confirmação da morte de “Tirofijo”, dada em comunicado das FARC, comentei com amigos que estranhava a rapidez com que eles tinham atendido ao pedido do ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, pois não se passaram 24 horas até que fosse enviado um vídeo com o pronunciamento de “Timochenko”. Duas coisas me chamaram a atenção: a rapidez da confirmação e a divulgação feita através do canal TeleSur, do governo de Chávez. Por que, em vez de entregar ao governo da Colômbia, este vídeo foi entregue a Chávez? Naquela altura eram só desconfianças de que se montava mais uma farsa; hoje, entretanto, o Notalatina apresenta as provas.

Para nós brasileiros, que não somos biólogos, é difícil reconhecer certos detalhes botânicos da flora venezuelana e colombiana a ponto de distinguir que tal vegetação é típica de um ou outro país. Para os nativos destes países, não, do mesmo modo que aqui nós sabemos dizer, mesmo sem muito estudo na área, que os cactos e as bromélias são característicos do Nordeste, enquanto as asaléas são mais comumente encontradas em São Paulo e adjacências. Entretanto, é possível notar que a vegetação é baixa e não expessa como se imagina ser uma “floresta”, além de aparecerem muitas flores como se houvesse um jardim. Nas selvas? Huum... Pois foram exatamente estes detalhes que chamaram a atenção de jornalistas colombianos e venezuelanos, para provar que aquela gravação não foi feita nas “montanhas da Colômbia”, como afirma Timochenko ao final da gravação e sim, na Venezuela.

O ex-ministro colombiano Fernando Lodoño (na foto acima) vai mais longe. Ele crê que Marulanda “Tirofijo” já está morto há anos, e que era Raúl Reyes quem se passava por ele nas mensagens encontradas em seu computador. Isto faz sentido, sobretudo porque há tempo se sabia que ele tinha um câncer de próstata mas, embora eu não endosse a tese por falta de provas, não parece no mínimo coincidente demais que, morto Reyes em 1º de março e apreendido seu computador, Marulanda tenha tido um enfarte mortal justo no dia 26 do mesmo mês e ano?

Lodoño também chama a atenção para a qualidade técnica da filmagem, feita com várias câmeras (tomadas de vários ângulos), o que é pouco provável existir num ambiente de acampamento no meio das inóspitas selvas. Neste vídeo aqui pode-se ver a minuciosa análise feita por especialista em botânica, além de – o mais grave – comparações feitas entre o uniforme usado por Timochenko e Chávez, que leva os analistas a concluírem que ambos têm a mesma procedência. Vejam este vídeo com atenção, observem os detalhes do uniforme, até do quepe e tirem suas conclusões.

Observem a foto de Chávez acima, onde se pode ver os detalhes citados no vídeo. Eu, entretando, chamo atenção para outro detalhe que não foi comentado: nesta foto, tirada meses atrás, Chávez usa uma braçadeira com as cores da bandeira venezuelana que são as mesmas da Colômbia. Não estaria ele enviando uma mensagem subliminar de que também pertence às FARC? Por outro lado, observem que Timochenko NÃO está com a braçadeira que cararteriza os membros das FARC neste uniforme. Não pode ter sido por “descuido” a ausência da braçadeira, justo num momento tão solene como o anúncio oficial da morte do fundador do bando mas... por que a braçadeira não está onde devia?

Para o ex-ministro Lodoño (como também para Alejandro Peña Esclusa), Hugo Chávez é o verdadeiro “comandante” das FARC, “é ele quem põe e tira; os membros do Secretariado não puderam nomear Cano porque não podem se reunir, não têm contatos entre si”, disse Lodoño. E no pleno do Partido Comunista da Venezuela (PCV) no dia 26, fez-se uma despedida a Marulanda com aplausos durante 1 minuto, alegando ser este partido “aliado estratégico” das FARC. O deputado Oscar Figuera disse que o PCV é “um aliado estratégico das FARC” e em seguida afirmou que o PCV é “um dos grupos políticos aliados ao governo do presidente Chávez, desde que ele assumiu o poder em dezembro de 1998”. Acrescentou ainda admite as “coincidências de propósitos políticos” entre as FARC e Chávez. Mas Chávez quer fazer o mundo inteiro crer que não existe nada entre ele e seu governo e as FARC; é tudo intriga de Uribe, o “cachorro do império”.

Além de todas estas “coincidências”, há uma série de quatro vídeos gravados no dia 6 de março no programa “La Noche”, do canal RCN da Colômbia, onde Claudia Gurisatti entrevista o senador colombiano Germán Vargas Llenas que acompanha o desenrolar desta guerra junto ao Ministério da Defesa. Nessa entrevista são apresentadas imagens da guerrilha, entrevista com o povo venezuelano nas ruas e declarações feitas por Uribe, Chávez, Ortega. Há revelações surpreendentes, como a entrevista feita com a ex-guerrilheira desmobilizada das FARC de codinome “Camila”, que afirma os vínculos de Chávez com o bando terrorista. Mostra também que o pessoal de Inteligência e Forças de Segurança da Colômbia têm todos os acampamentos mapeados, sabem quantos e há quanto tempo existem células das FARC na Venezuela, bem como o movimento de Chávez em relação ao bando. Os vídeos têm entre 6 e 8 minutos cada e vale muito a pena vê-los. Cliquem aqui: La Noche 1ra parte de 4, La Noche 2da parte de 4, La Noche 3ra parte de 4 e La Noche 4ta parte de 4.

E na Folha de São Paulo (agora todo mundo fala de FARC e Foro de São Paulo desde criancinha!) de hoje há um revelação – nada nova – de que encontraram nos computadores de Raúl Reyes uma troca de correspondência entre as FARC e o chanceler Celso Amorim, quando tratava-se da não extradição de Francisco Antonio Cadena Collazos, vulgo padre Oliverio Medina. Nada estranho nisso, uma vez que foi publicado no próprio site das FARC – que eu tenho mas o site do bando está indisponível desde a morte de RR -, pelo menos duas dessas cartas: uma, solicitando os bons ofícios do governo amigo do Sr. da Silva, e outra agradecendo o empenho que culminou dando a este terrorista o status de “refugiado político” e não o extraditando como era vontade deles todos – tudo em nome da impunidade dos amigos. Fora essas duas, que foram específicas deste caso, há ainda as felicitações pela eleição e reeleição do companheiro do Foro de São Paulo, Lula da Silva, além dos acordos que nós não sabemos.

Aos poucos a sujeira começa a vir à tona e todos, um por um, vão acabar sendo desmascarados porque a verdade pode até tardar mas um dia aparece. É só ter paciência e esperar.
Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários e traduções: G. Salgueiro

segunda-feira, 26 de maio de 2008





Terminou hoje o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em Montevidéu, e como eu havia prometido seguem alguns comentários, não propriamente sobre as Resoluções Finais porque ainda não foram disponibilizadas para o público em geral; estas serão comentadas em um próximo artigo que com muito gosto farei. O que quero comentar aqui baseia-se no que foi escrito pelo jornalista Diogo Schelp, da revista Veja, que participou como correspondente brasileiro do tal Encontro.

Antes disso, porém, quero disponibilizar para os que se interessem pelo tema, o vídeo onde Timoleón Jiménez lê comunicado oficial das FARC-EP, confirmando a morte de Marulanda. No comunicado Timochenko diz já no final: “Com imenso pesar informamos que nosso Comandante-em-Chefe Manuel Marulanda Vélez, morreu no passado 26 de março como conseqüência de um infarto cardíaco, nos braços de sua companheira e rodeado de sua guarda pessoal e de todas as unidades que conformavam sua segurança, depois de uma breve enfermidade”. (...) “O despedimos fisicamente em nome dos milhares e milhares de guerrilheiros farianos e milicianos bolivarianos, e de milhões de colombianos e cidadãos do mundo que o valorizam, admiram e amam acima da asquerosa campanha midiática contra as FARC”. E anuncia o nome dos atuais comandantes: “Acordamos unanememente que à cabeça do Secretariado e como novo Comandante do Estado-Maior Central esteja o camarada Alfonso Cano. Como integrante pleno do Secretariado ingresse o camarada Pablo Catatumbo e suplentes os camaradas Bertulfo Álvares e Pastor Alape.

Como se pôde ver - eu denunciei isto na edição anterior e o historiador Carlos I. S. Azambuja já havia denunciado também no artigo Círculos Bolivarianos - Coordenadora Continental Bolivariana -, o bolivarianismo chavista foi criado pelas FARC, o que torna evidente as ligações profundas de Chávez com esta organização narco-terrorista, por mais que ele queira desqualificar o trabalho da INTERPOL e do presidente Uribe. Aliás, hoje eu li que as autoridades venezuelanas confirmaram a lisura do trabalho de análise desses técnicos, bem como a autenticidade do material encontrado mas isto fica para uma próxima edição.

Voltando ao XIV Encontro do Foro de São Paulo (FSP), o jornalista Diogo Schelp conta que a Veja foi "convidada a se retirar" de uma das reuniões do FSP, onde acontecia a oficina “Andino-Amazônica”. Naturalmente que este tema interessa sobremaneira aos brasileiros mas antes de iniciarem as sessões do Foro Diogo realizou uma entrevista com o Secretário de Relações Internacionais do PT e Secretário Executivo do FSP, Valter Pomar, e lhe fez perguntas muito incômodas. Além disso, para o PT (já li muitos artigos raivosos sobre matérias da Veja) esta revista é “neoliberal” e de “extrema-direita” portanto, inimiga.

Mentir não é uma prerrogativa da ministra Estela, Vanda, oops! Dilma Roussef mas de todo e qualquer comunista, pois segundo dizia Lenin, “a verdade é um conceito burgês”. E Valter Pomar não foge à regra. O meu objetivo nesta edição de hoje é exatamente tirar o véu destas mentiras sobre o Foro de São Paulo, pois do modo como saiu na Veja, sem uma confrontação mais direta utilizando dados disponibilizados por eles mesmos, o leitor daquela revista pode acabar acreditando no que o PT quis que o público acreditasse a respeito desta organização.

Diogo pergunta se é verdadeira a informação de que as FARC e o ELN serão impedidos de ser membros do FSP e Pomar responde: “Não existe uma filiação ao Foro. Nenhum desses grupos, portanto, pode ser chamado de membro do Foro. Basta se inscrever e vir participar. Assim como você se inscreveu e está aqui”. Primeira mentira: existe filiação sim, há partidos e “grupos” filiados como membros sim, senão, por que o PT iria colocar em seu site uma Lista de Membros atualizada? Observem que nesta lista constam 74 partidos e grupos subversivos, que têm direito a voz e voto nas deliberações. Então, como não são membros? Eles tiveram o cuidado de retirar os grupos guerrilheiros porque, com as revelações dos computadores de Raúl Reyes, ninguém quer aparecer comprometido com este bando terrorista.

Em seguida Diogo pergunta quando as FARC deixaram de participar do Foro e Pomar responde: “As guerrilhas colombianas ... há muitos anos deixaram de vir, até porque a situação da guerra não lhes permite. Na década de 90 havia uma situação de negociação das FARC com o governo e naquele período a presença delas em eventos na região era pública e notória”. Segunda mentira. Em primeiro lugar, porque ele maliciosamente joga com as palavras afirmando que “há muitos anos deixaram de vir” como isso quisesse significar não pertinência; em segundo lugar, porque não estar de corpo presente não significa de modo algum que deixaram de ser membros ativos. Tanto é assim, que no XIII Encontro ocorrido em janeiro do ano passado em El Salvador, a Comissão Internacional das FARC-EP enviou um comunicado solicitando “levar en conta seus pontos de vista nas deliberações”, cujo trecho copio no original, para comprovar o que afirmo. Esclareço que o site das FARC encontra-se “indisponível” desde a morte de Raúl Reyes, tanto quanto o do FSP, esse há mais de 1 ano:

“Compañeros y compañeras delegados y delegadas al XIII Foro, reciban nuestro cariñoso y bolivariano saludo, muchos éxitos en sus deliberaciones. (...) Al no podernos hacer presentes en tan importante evento entregamos a ustedes este documento con nuestros puntos de vista, y agradecemos de antemano el tenerlo en cuenta en las deliberaciones”. (http://www.farcep.org/?node=2,2513,1 em 16 de janeiro de 2007).

Noutro trecho da entrevista Pomar diz que: “Classificar as FARC de terrorista significa tratá-las como um grupo criminoso, e ninguém negocia com criminosos. Só que para solucionar a guerra na Colômbia é preciso negociar”. Causa repulsa ler uma coisa dessas! Então explodir bombas dentro de uma igreja repleta de mulheres e crianças, não é atitude de criminoso? Explodir uma fazendeira com um colar-bomba, porque não cedeu à extorção, não é atitude de criminoso? Usar um menino de 11 anos numa bicicleta-bomba que o desfez em migalhas, não é atitude de criminoso? E o outro menino degolado cuja foto ilustrou a edição do dia 06 de março, não é um ato bestial de criminosos desalmados?

Bem, rebater ponto por ponto cada uma dessas mentiras torpes, sobretudo a de que as FARC não pertencem a esta organização, é uma tarefa extenuante que daria para escrever um tratado, que não é o objetivo deste blog, até porque este assunto não parece preocupar muito os brasileiros. É possível adiantar, entretanto, que a tônica deste Encontro foi a demonização do presidente Álvaro Uribe, de culpar os Estados Unidos pela “desgraça” de estar ajudando a destruir o terrorismo na Colômbia e a apoiar, incondicionalmente, os maiores comprometidos com as FARC que são Chávez e Correa.

E o Notalatina encerra esta edição com a apresentação de um áudio da Entrevista de Alejandro Peña Esclusa concedida ao ex-ministro colombiano Fernando Lodoño em seu programa de rádio em Bogotá, “A Hora da Verdade”, onde ele delineia mais ou menos o que deveria ocorrer no tal Encontro do FSP, quem iria participar e quais os temas que seriam abordados. Ressalto que Peña Esclusa é, a meu ver, o maior conhecedor do tema “Foro de São Paulo”, pois é um estudioso do assunto desde a sua fundação, em 1990. É, portanto, uma autoridade internacionalmente reconhecida e idôneo. Esta gravação foi feita no dia 23, primeiro dia do Encontro, e tem a duração de 15 min. e 2 seg. Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários e Traduções: G. Salgueiro

domingo, 25 de maio de 2008





Passava um pouco das 8 da noite quando o noticiário do canal CNN em Espanhol foi interrompido, para apresentar uma coletiva de imprensa que o presidente Álvaro Uribe concedia através da Caracol Rádio e Televisão da Colômbia ao vivo. Ele confirmava a morte de Pedro Antonio Marín, vulgo Manuel Marulanda “Tirofijo”, criador e Comandante-em-Chefe das FARC há 42 anos.

Uribe estava calmo e, com aquela firmeza e serenidade com que sempre fez seus pronunciamentos (o oposto extremo dos espalhafatos de Chávez e do cinismo de Lula), conclamou os guerrilheiros das FARC a libertarem todos os reféns e deporem as armas, que em troca ele dava garantias de vida e liberdade. Disse que o serviço de Inteligência já vem trabalhando há um certo tempo nesse sentido, e que o resultado tem sido bom; um exemplo disso foi a rendição voluntária de Nelly Ávila Moreno, condinome “Karina”, comandante da Frente 47, no passado domingo 18 de maio. Segundo Uribe, durante sua gestão presidencial 48.000 guerrilheiros deixaram as FARC por deserção, morte ou captura.

Diante das perguntas dos jornalistas, Uribe informou que dispõe de 100 mil dólares para oferecer como recompensa por informações que levem aos chefes das FARC. Disse que o mais resistente à rendição é Jorge Briceño Suárez, ou Julio Suárez, codinome “Mono Jojoy”, um dos mais radicais, violentos, frios e sanguinários da ala militar das FARC mas que seu dia também há de chegar.

Há aproximadamente quatro anos (desde que Uribe assumiu o primeiro mandato) as FARC vêm sofrendo duros golpes com as ações das Forças de Segurança colombianas, o que tem levado ao enfraquecimento da guerrilha não só no plano econômico como principalmente no militar. Numa rápida retrospectiva podemos anotar:

- em 2 de janeiro de 2004, é capturado e preso em Quito, Equador, Ovidio Palmera, codinome “Simón Trinidad” que foi deportado para os Estados Unidos, julgado e condenado a 60 anos de prisão;
- um mês depois, foi detida no povoado de Peñas Coloradas, estado de Caquetá, Omaíra Rojas Cabrera, codinome “Sonia”, importante fonte financeira no tráfico de cocaína e também deportada para os Estados Unidos;
- em 13 de dezembro de 2004 foi detido em Caracas Rodrigo (ou Ricardo) Granda, considerado “chanceler” das FARC e libertado em 4 de junho de 2007 a pedido do presidente francês Nicolás Sarkozy. Vale recordar aqui que, quando Granda foi preso em Caracas vivia naturalmente na Venezuela como cidadão venezuelano, havia comprado um imóvel com registro de proprietário no cartório de imóveis e possuía cédula leitoral concedida pelo REP (Registro Eleitoral Permanente), conforme denuncei na edição do Notalatina de 28 de novembro de 2007 e que pode-se conferir aqui;
- em 24 de outubro de 2006, o Exército abateu Gustavo Rueda, “Martín Caballero”, chefe das FARC no Caribe colombiano;
- em 15 de junho de 2007, a Marinha abateu em combate Milton Sierra, “Jota Jota”, chefe da frente urbana “Manuel Cepeda Vargas” e que tinha sob sua custodia os 11 deputados do Valle del Cauca;
- em 3 de setembro de 2007 foi abatido Tomás Medina Caracas, o “Negro Acacio”, chefe da Frente 16 das FARC, no estado de Vichada, fronteira com o Brasil. “Negro Acacio” era o contato de Fernandinho Beira-Mar no tráfico de armas e cocaína no Brasil e um dos mais respeitados dentro da guerrilha por sua capacidade operacional no tráfico da coca;
- em 1º de março de 2008, foi abatido Luis Edgar Devia, vulgo Raúl Reyes, genro de Tirofijo e segundo no Comando das FARC;
- em 11 de março, José Juvenal Velandia, codinome Iván Ríos, importante membro do Secretariado das FARC e Chefe do Bloco Central da narco-guerrilha, foi assassinado por seu Chefe de Segurança de codinome “Rojas”;
- no dia 08 de maio foi capturado Gustavo Arbaláez Cardona, codinome “Santiago”, um dos mais importantes chefes urbanos das FARC, e contra quem exisitiam seis ordens de captura;
- no domingo 18 de maio, Nelly Ávila Moreno, vulgo “Karina” (na foto acima), uma das mulheres mais sanguinárias das FARC e Comandante da Frente 47, contra quem pesa a autoria do assassinato do pai do presidente Uribe, entrega-se após negociação com as Forças de Segurança. Em entrevista coletiva, “Karina” afirmou que havia dois anos que não tinha contato com o Secretariado, que estavam passando fome e que depois da morte de Iván Ríos, seu comando havia enfraquecido e muitos combatentes haviam desertado ou se entregado à Polícia;
- e, finalmente, soube-se hoje que em 26 de março passado, morreu o criador e Chefe Supremo da mais antiga e desumana guerrilha narco-terrorista da América Latina, Manuel Marulanda “Tirofijo”; segundo as fontes, de enfarte.

Sobre o anúncio da morte deste mega-assassino o Ministério da Defesa, através do Almirante David Moreno, deixa claro em seu pronunciamento que foi informado através de pessoa do serviço de Inteligência mas que as FARC não haviam entrado em contato até o momento, e que esperavam que eles confirmassem ou apresentassem provas em contrário. Disse ainda que o provável sucessor de Marulanda “Tirofijo” é Guillermo León Sáenz Vargas, codinome de “Alfonso Cano”, líder político-ideológico das FARC (que aparece na foto acima de camisa escura entre “Tirofijo” e Raúl Reyes), segundo os comandos castrenses.

“Cano” é o chefe do Bloco Ocidental das FARC e um dos sete membros [antes da morte de Raúl Reyes e Tirofijo, este Secretariado possuía 9 membros, onde Tirofijo era o Comandante-em-Chefe e os demais com finalidades distintas] do Secretariado do Estado Maior Central das FARC. Com 52 anos de idade e 23 deles nas FARC, “Alfonso Cano” está à frente do clandestino “Movimento Bolivariano” - isto lembra alguém? -, um projeto político lançado em 29 de abril de 2000. As Forças Armadas têm apertado o cerco em sua captura perdendo recentemente 3 soldados em combate, no qual ele escapou. Pesam contra ele crimes de terrorismo, homicídio, seqüestro extorsivo e homicídios com fins terroristas. São os seguintes os outros comandantes do Secretariado:

- Jorge Briceño Suárez, codinome “Mono Jojoy”, que se vinculou às FARC em 1975. Responsabiliza-se pelo seqüestro de Ingrid Betancourt e é irmão de Germán Briceño Suárez, codinome “Grannobles” que é acusado do assassinato de 3 indigenistas americanos e enfrenta mais de 16 ordens de captura por furto, homicídio, terrorismo, seqüestro e extorsão;
- Milton de Jesús Toncel Redondo, codinome “Joaquín Gómez”, responsável pelo Bloco Sul das FARC. Ingressou nas fileiras deste bando criminoso nos anos 80, depois de vinte anos como professor na Universidade do Amazonas, no estado de Caquetá, após graduar-se na Rússia. Substituiu a vaga deixada por Raúl Reyes no Secretariado;
- Luciano Marín, codinome “Iván Márquez”, ingressou no Secretariado após a morte de Jacobo Arenas em 1990, e dirige desde 2002 o Bloco Caribe. Líder ideológico e figura internacional, é um dos mais radicais dentro da linha política. Em 2007 esteve na Venezuela para conversar com Chávez, com plenos poderes outorgados por “Tirofijo”, para tratar dos tais “acordos humanitários” mas hoje sabe-se, pelas descobertas nos computadores de Raúl Reyes, que essa “outorga” foi apenas para dar uma satisfação ao mundo, pois os vínculos entre ambos são antigos e sólidos;
- Rodrigo Londoño Echeverri, codinome “Timoleón Jiménez”, ou “Timochenko” ou simplesmente “Timo”, é um dos guerrilheiros mais antigos das FARC. Estudou medicina e em 1982 vinculou-se à guerrilha onde teve uma rápida ascensão por sua capacidade militar. É considerado um dos responsáveis pelas ações terroristas cometidas sobre a rodovia Medellín-Bogotá, seqüestros, massacres e desaparecimentos forçados de civis no estado de Antioquia;
- Wilson Valderrama Cano, codinome “Mauricio” ou “o Médico”.

Bem, parece claro para quem estuda o tema dessas guerrilhas que seu fim parece estar se aproximando – se Deus quiser! – e isto também está causando muito furor nos países membros do Foro de São Paulo que se reúnem até este domingo 25 em Montevidéu. Esse era o tema que o Notalatina ia abordar hoje mas, com a notícia inesperada da morte de “Tirofijo”, deixo para a próxima edição a análise do Foro. Sobre as FARC e as descobertas dos computadores de Raúl Reyes, haverá ainda algumas edições pois cada dia aparecem mais e mais provas robustas do sério envolvimento deste bando terrorista com Chávez e Correa que, não tendo como refutar, pois FATOS não desacontecem, usam do velho expediente comunista de desqualificar e agredir o denunciante, no caso, a INTERPOL e o governo da Colômbia.

Na próxima edição analiso os acontecimentos do Foro de São Paulo apresentando com EXCLUSIVIDADE uma entrevista dada por Alejandro Peña Esclusa a Fernando Lodoño, em áudio, direto de Montevidéu. Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários: G. Salgueiro