domingo, 6 de maio de 2007




O Notalatina retoma suas atividades depois de alguns meses sem atualização, para falar de um fato muito grave ocorrido em Cuba semana passada e que até rendeu matérias nos jornais do Brasil (na verdade, traduções de jornais que costumam referir-se ao mega-assassino e ditador vitalício Fidel como “presidente” ou “comandante”, como as agências Reuters e EFE, por exemplo). O fato foi noticiado um dia após ocorrido e depois não se tocou mais no assunto porque, afinal, um cubano a mais ou a menos fuzilado, não é motivo de espanto nem de indignação, pois “eles fazem por merecer”, ao repudiarem aquela maravilha de vida e liberdade oferecida pelo “grande líder”.


Na verdade, a notícia veio diretamente de Havana, o que equivale dizer que o grau de confiabilidade é praticamente zero. As notícias davam conta de que 3 jovens recrutas armados com fuzis AK seqüestraram um daqueles confortabilíssimos ônibus e o conduziram até o Aeroporto Internacional José Martí. Lá, atravessaram as barreiras do terminal 2 de onde partem os vôos para Miami e seguiram para o terminal 1, de vôos nacionais, abordando um Boing-737 que se encontrava na pista, “exigindo” um avião para sair de Cuba.


As versões oficial e de trabalhadores do aeroporto evidentemente são contraditórias. Segundo os donos da Ilha, os soldados eram “homens perigosos e armados” que já vinham sendo caçados há alguns dias quando fugiram do quartel matando um sentinela. Ainda segundo as “autoridades militares”, esses malfeitores ingratos ainda mataram um oficial “desarmado” que tentou evitar o seqüestro do avião. Segundo os funcionários do aeroporto, quando os rapazes chegaram iniciou-se um tiroteio, resultando na morte de um deles e várias pessoas feridas. Entretanto, o oficial, segundo as forças de segurança, foi morto pelos “perigosos” fugitivos. Não passa pela cabeça de ninguém da imprensa internacional questionar se a bala que atingiu mortalmente o Tenente-Coronel Víctor Ivo Acuña Velázquez, foi mesmo dos soldados ou da Polícia Política castrista, e menos ainda duvidar que um oficial das Forças Armadas andasse desarmado? Não. Todos calam e aceitam a versão oficial sem questionar coisa alguma e de cabeça baixa, servis, inúteis, cúmplices.


Este fato me fez recuar no tempo e lembrar do caso dos “3 negrinhos”, que em abril de 2003 seqüestraram uma lancha de turismo querendo fugir para os Estados Unidos e deram azar, pois a capacidade de combustível não permitia uma viagem tão longa. Por causa disto foram rendidos e entregues à Polícia Política que os julgou, condenou e fuzilou num julgamento sumaríssimo ao cabo de dois dias. Lembro ainda que, na ocasião, este ato desumano contou com os aplausos e a aprovação da escória do comunismo tupinikin como a múmia Oscar Niemayer e o cantor Chico Buarque.


Deste caso pavoroso e estupidamente desumano dois episódios nunca me saíram da memória. O primeiro foi a incredulidade de uma turista francesa que pediu pessoalmente ao monstro dono da Ilha que não fizesse qualquer mal aos rapazes, uma vez que eles não machucaram ninguém, tampouco foram grosseiros, só queriam sair do país. Fidel deu a palavra à moça (e a tonta acreditou, pensando que tratava com um ser humano e não com o demônio em pessoa...) e dois dias depois os jornais davam a notícia do fuzilamento como “uma medida disciplinar”, para que o fato não se repetisse. O outro foi o depoimento desesperado das mães desses rapazes que tiveram direito de visitá-los tão logo foram presos, e eles pediam para que elas confiassem que no dia seguinte eles iriam falar com um advogado. No dia seguinte foram fuzilados e quando as mães foram reclamar seus corpos para sepultar com dignidade, lhes foi negado. Elas nunca souberam onde seus filhos foram enterrados...


Mas sobre este episódio recente há mais coisas a contar. Como sempre, a culpa destes jovens ansiarem por liberdade a ponto de arriscar as próprias vidas numa fuga suicida é dos Estados Unidos. A culpa deles sentirem-se infelizes e sufocados na Ilha-Cárcere não é do regime ditatorial assassino que não permite sequer a viagem de uma cidade a outra dentro do próprio país, sem autorização do regime, mas do maldito Bush, que defende a liberdade de ir e vir de qualquer ser humano. A culpa de mais de 3 milhões de cubanos viverem exilados longe de sua amada Cuba, não é deste abominável tirano que, sozinho, asfixia e controla cada passo e pensamento da vida de 11 milhões de cidadãos, mas do maldito capitalismo americano que acena com direitos humanos e liberdade.


O que é que os Estados Unidos têm a ver com isso? Parece absurdo e estúpido demais atribuir a culpa deste ato àquele país? Para pessoas normais, de mente sã e que não conhecem o Mal encarnado e o nível de criminalidade absoluta da ditadura cubana, sim, mas não para o Ministério do Interior. No último parágrafo da cínica nota emitida por este ministério há a seguinte pérola: “Sobre as máximas autoridades dos Estados Unidos recai a responsabilidade por estes novos crimes, que somam-se à longa lista de atos de terror de que Cuba tem sido vítima durante quase meio século, hoje estimulados pela posta em liberdade de um monstro do terrorismo”. Para ler a nota completa original do papel higiênico oficial cubano, o Granma, clique aqui.


Este infeliz tem a pachorra de afirmar que Cuba tem sido “vítima” de atos de terror dos Estados Unidos há “quase meio século” e eu pergunto a este verme puxa-saco de genocida: e o povo cubano, que tipo de vida leva no mesmo período de tempo, desde que o monstro abjeto Fidel tomou de assalto o poder da Ilha e adonou-se não só do território mas da vida, dos pensamentos, até dos mais singelos sonhos e de todos os bens de cada cidadão que é escravizado desde o ventre de suas mães? O final desta novela infeliz nós sabemos mas duvido que no Brasil de “seu” Lula alguém tenha peito suficiente para denunciar. Na nota que segue abaixo, do meu amigo Carlos Wotzkow, um cubano de boa cepa que não tem papas na língua, está enunciado o que acontecerá, que é o mesmo que eu penso; será o mesmo final daqueles 3 negrinhos que sonhavam como esses soldados, com a liberdade: o FUZILAMENTO SUMÁRIO, sem advogado nem apelação!


E como também não foi publicado em nenhum jornal brasileiro, o Notalatina apresenta a foto das mais recentes vítimas do barbarismo comunista da “Ilha de Doutor Castro”. Fiquem com Deus e até a próxima!


Anistia Internacional, onde estás?


Carlos Wotzkow – Bienne – 04 de maio de 2007


Irá se repetir a história dos 3 negrinhos? Claro que sim! Paredón para os dois que restam! Porque Cuba e o regime de Fidel Castro são Mestres na arte de fabricar provas. As contradições neste caso são evidentes. Primeiro, falou-se de um tiroteio no aeroporto, depois apareceram as fotos dos 3 recrutas procurados por abandonar sua unidade militar, talvez porque já era claro que haviam levado suas armas de serviço.


Agora nos dizem que a matança dos “perigosos assassinos” já havia começado desde o dia anterior na Unidade à qual pertenciam, como se não fosse fácil escapar de um desses mal cuidados purgatórios para visitar uma noiva. E para rematar, assassinaram o Tenente-Coronel “desarmado” que estava de serviço no aeroporto internacional. Perdão, rebobinem o cassete porque eu trabalhei durante anos nesse aeroporto e jamais vi um oficial desarmado!


Enquanto isso, o FBI está em Cuba preparando as fotocópias para Bush e colaborando com a falsificação de facsímiles contra Luís Posada Carrilles. Agora, dizem os republicanos “interessados”, que é “incorreto” colaborar com o inimigo porém, quando se inteiraram disso? Há meses o sabiam! Porque o que fica muito claro nesta guerra aberta contra Cuba e os cubanos anti-castristas é que todos, exceto os denominados “terroristas”, são mais santos que a Madre Tereza de Calcutá.


E não se stressem que já haverá os do exílio preparando os editoriais e as páginas de opinião a favor da ditadura. El Nuevo Herald se ocupará de dizer-nos quão vis eram estes rapazes. Esperem só um pouco que lhes chegue o fax desde Havana. Já os verão acreditando na polícia política de Castro. E sabem por que? Porque o terrorismo de Estado é admissível, sempre e quando seja das esquerdas. 200 cruéis e imundos cárceres exterminam em Cuba os opositores cubanos: um verdadeiro holocausto de idéias!


Entretanto, a Anistia Internacional e todas as sucursais apáticas à tragédia cubana cruzam os braços (inclusive as norte-americanas). Não, senhores. O problema de Cuba não é mais que um espelhismo. Na realidade, todos os problemas do mundo devem-se às injustiças de Abu Ghraib. Em menos de um mês fuzilarão em Cuba a dois jovens cubanos pelo simples delito de querer viver em liberdade. Todos sabem, as provas (castristas) assim o confirmam.


É que o sátrapa pede sangue, o necessita como uma droga e a Anistia Internacional e todas as ONGs do mundo (inclusive a Cruz Vermelha Internacional e sua impenitente suíça “neutra” à cabeça) sabem muito bem o que Castro sofre por sua adicção à hemoglobina. O Che não é o símbolo de todos estes tresloucados pseudo-comunistas? Não era o Che outro adicto do sangue cubano? Os líderes da Anistia Internacional não o levam em suas camisetas?


Na verdade, a estas alturas já nem sei porquê peço peras ao olmo...


Comentários e traduções: G. Salgueiro