sexta-feira, 4 de junho de 2004

Ontem à noite, em cadeia nacional, o presidente Chávez anunciou que haveria o Referendum Revocatório. Segundo me conta um amigo venezuelano que assistiu o anúncio, Chávez falava desvairadamente, dizendo que a vitória do Reparo era “a Batalha de Santa Inês, uma batalha da desastrosa Guerra Federal que arruinou o país, e que a culpada era a ignorância generalizada que há na Venezuela e que uma das consignas era: - ‘matar a todo o que saiba ler e escrever”. Ele usava dois símbolos enquanto falava: um crucifixo e a espada de Bolívar.



Tanto quanto eu falei antes de sair o resultado do Reparo, de que alguma coisa não me cheirava bem na quietude e “aceitação pacífica” de Chávez, hoje pude ler no artigo escrito por Robert Alonso (veja nos próximos dias no Mídia Sem Máscara - que, aliás, pode ser acessado por aqui mesmo, através do banner) as mesmas suspeitas de que há algo estranho acontecendo e que só mais adiante vamos saber do que se trata realmente. Talvez, essa pseudo-aceitação de Chávez se deva ao fato de que havia dois observadores de peso (perante o mundo) – o ex-presidente Carter e o representante da OEA, Cesar Gaviria – e não compensava, naquele momento, pôr tudo a perder em um ato impensado de violência ou tentativa de fraude; deve haver algum trunfo guardado para o Referendum Revocatório em agosto...



Desde ontem que a agitação tomou conta das ruas de Caracas, tendo já havido duas mortes, sete carros queimados e a Prefeitura baleada, sem que as autoridades, que viram, fizessem nada para impedir ou prender os responsáveis. Chávez tem ainda um outro problema a enfrentar: o Art. 230 da Constituição Bolivariana só permite ao Presidente uma reeleição imediata, ou seja, se ele perder o Revocatório, estará fora do jogo em 2006.



Mas hoje há notícia também de Cuba, onde a ignomínia de um regime espúrio e criminoso mostra toda a sua fealdade, através da carta da esposa do preso de consciência Héctor Maseda Gutiérrez. Faço uma chamada ainda para este site http://www.lanuevacuba.com/archivo/hermanos.html, cujo título é ASESINOS PARA LA HISTORIA – HERMANOS AL RESCATE, uma homenagem aos 4 tripulantes do avião de serviço humanitário “Hermanos al Rescate” que foram covarde e barbaramente assassinados em 24 de fevereiro de 1996 pela tirania castrista.



Bem, como o Notalatina só tem edição até a sexta-feira, desejo a todos um feliz e benfazejo final-de-semana, com a certeza de nos encontrarmos de novo na semana que vem. Boa leitura e que Deus nos proteja e guarde a todos!



Continuam distúrbios no centro de Caracas



Caracas - Os distúrbios iniciados esta manhã (03.06) por simpatizantes do governo, em distintos pontos do centro de Caracas, continua.



Grande quantidade de pessoas estão aglomeradas na ponte Llaguno, a poucas quadras do Palácio Miraflores e dois ônibus teriam sido atravessados na avenida Baralt para obstaculizar o trânsito.



Em meio ao ambiente tenso que há na zona, os negócios da avenida Universidade e o centro comercial Metrocenter foram fechados. Nos arredores da sede da Radio Caracas Televisión, em Quinta Crespo, também estariam ocorrendo distúrbios.



Em sua página web, o canal confirmou que um grupo de adeptos ao oficialismo se postou nas portas de sua sede, cerca de 1 da tarde, para manifestar seu apoio ao presidente Chávez, “com suas típicas consignas revolucionárias e certamente, as agressões comuns às instalações da RCTV”.



Também se ficou sabendo que as instalações do diário “Así Es la Noticia” também estariam sendo assediadas por oficialistas, pelo que teriam sido evacuadas.



Por sua parte, o gerente geral de relações públicas do Metrô de Caracas, Ramón Rodríguez, explicou que o serviço de transporte funciona normalmente, embora dois acessos das estações Capitolio e El Silencio tenham sido fechados.



Fonte: NetforCuba International - http://www.netforcuba.org



TRIUNFOU A VONTADE DO POVO VENEZUELANO!



Fort Lauderdale, 03 de junho de 2004.



Na tarde de hoje, depois da revisão das assinaturas recebidas durante o processo de reparos, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) admitiu que o povo venezuelano havia completado o número de assinaturas necessárias, para convocar um Referendum Revocatório, contra o mandato do Presidente Hugo Chávez Frías.



A forte pressão internacional e a valentia do povo venezuelano, junto com a posição determinante do Bloco Democrático e o pronunciamento de suas Forças Armadas institucionalistas e constitucionalistas, foram os elementos que contribuíram para que este organismo eleitoral (CNE) se pronunciasse com os verdadeiros resultados, os quais conduzem irreversivelmente ao Referendum Revocatório.



Triunfou depois de uma feroz perseguição contra os líderes da oposição, de uma repressão sem limites contra o povo democrático, e da morte de muitos venezuelanos entre eles homens, mulheres e crianças, “o espírito democrático do povo do Libertador Simón Bolívar”.



A Fundação Americana Libertad y Democracia e o Bloco Democrático venezuelano, aplaudem a Fidalguia do bravo venezuelano e, em que pese a adversidade e a bestialidade como foram tratados por Chávez e seus milicianos castro-comunistas, souberam defender seus direitos, pondo o peito às balas dos traidores da democracia, porém sem inclinar a cabeça nem um segundo.



A FALD e o BD pedem à população venezuelana para manterem-se atentos e vigilantes às manobras do inimigo da democracia na América, para concluir o dia do Revocatório com uma vitória definitiva, contra o totalitarismo e contra a escravidão das liberdades civis.



Que viva a Venezuela em Liberdade e Democracia!



E que Deus bendiga a América!



Fundação Americana Liberdade e Democracia



Fonte: lavozdecubalibre.com



Testemunho de humilhações sofridas por esposa de prisioneiro político



William Navarrete – Associación por la Tercera Republica Cubana



Paris – Em comunicação telefônica do dia 2 de junho de 2004 com Laura Pollán Toledo, esposa do prisioneiro político cubano Héctor Maseda Gutiérrez, esta comunicou à ATREC que as esposas e familiares dos condenados durante a Primavera de 2003, desejam expressar sua gratidão a todos os que, de uma ou outra forma, as tem apoiado durante o tempo que seus esposos permanecem na prisão.



Pollán forma parte do grupo das Damas de Branco e se reúne junto a outras esposas e mães de prisioneiros políticos todos os domingos na igreja de Santa Rita, do bairro havanero de Miramar. Apesar do caráter pacífico e religioso desta reunião, informou que as autoridades cubanas não têm cessado em seu empenho de acossá-las e intimidá-las para que desistam de assistir a esta missa, depois da qual marcham vestidas de branco ao longo da Quinta Avenida.



Em seu caso, esclarece que desde que seu esposo (atual presidente do Partido Liberal Cubano) foi encarcerado, sob uma condenação de 20 anos que cumpre na prisão vilaclarenha de La Pendiente, só lhe foram autorizadas 5 visitas. Destas, duas corresponderam ao chamado “pavilhão conjugal”, termo utilizado pelo jargão carcerário cubano para denomiar o encontro íntimo entre um prisioneiro e sua esposa. “Durante os últimos pavilhões – afirma – muitas esposas, eu entre elas, fomos vítimas de humilhações físicas e psicológicas, pois tivemos que nos desnudar completamente diante das autoridades penitenciárias, antes de ingressar na cela de nossos esposos”.



“Além disso - acrescenta –, os alimentos que levamos aos nossos familiares presos são pesados rigorosamente, de modo que não nos permitem passar um grama a mais, com pleno conhecimento da péssima alimentação à qual eles são submetidos no cárcere”.



Todos os meses, na casa de Laura, em Neptuno nº 63, acontece um chá literário, em volta do qual se reúnem muitas esposas de condenados para ler seus poemas, cartas e outros escritos. O próximo chá terá lugar em 18 de junho, o mesmo dia em que, a milhares de kilômetros de Havana, na cidade francesa de Strassbourg, o Club de la Prensa apresentará o documentário “Primavera Cubana” e o último poemário de Raúl Rivero publicado na França pela Editora Gallimard, “Recuerdos olvidados”.



Informação cedida por: CAMPAÑA CUBANA POR LA LIBERTAD DE PRISIONEROS DE CONCIENCIA



Fonte:http://www.payolibre.com/presos.htm



Traduções: G. Salgueiro





quarta-feira, 2 de junho de 2004

Em um seminário ocorrido em Assunção, Paraguai, um jornalista denuncia, com todas as letras, que em Cuba não é necessário “matar os jornalistas” porque matou-se a profissão de jornalismo há tempo. Que o digam os 29 jornalistas encarcerados com condenações que chegam a até 28 anos, apenas por serem independentes e falarem a verdade, que não é aquela que o jornal estatal Granma publica...



Temos hoje duas notícias relativas à Cúpula Euro-latino-americana de Guadalajara, onde fica patente o papel ridículo que Cuba tem feito por onde se apresenta. Sinceramente, eu não consigo entender como ainda dão espaço para países de regime totalitário participarem de eventos onde países livres discutem e planejam propostas para melhorar o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida de seus cidadãos. Na minha concepção, países como Cuba, Líbia, China e outros de regime comunista, deviam ser ostracizados severamente pelos povos livres; penso que assim teriam menos força, quiçá...



Ainda em Guadalajara, foram presos 44 agitadores que pretendiam, como sempre, desestabilizar o encontro. Uma das detidas é uma canadense, profissional na “arte” de organizar as tais “manifestações espontâneas” que da noite para o dia estão nas ruas com cartazes, palavras de ordem, queimando pneus, incendiando carros, enfim. Bem feito! Devia ser deportada.



E a última notícia de hoje vem do Seprin, um site informativo da Argentina que dá conta das manifestações que já começam a ocorrer, por causa da aproximação do julgamento do etarra Josu Lariz Iriondo, que é visto por todos os esquerdistas (inclusive o comuna presidente Kirchner e a terrorista Hebe de Bonafini) como um “preso político”, e que na realidade não passa de um terrorista criminoso de alta periculosidade, responsável por atentados de grande porte na Espanha. Amanhã nos falamos de novo; até lá!



Cuba quer matar o jornalismo



ABC Color, Assunção – Paraguai – 31 de maio de 2004.



Em Cuba não é necessário assassinar jornalistas, como se faz em otras partes da América, porque silenciá-los à força e submetê-los ao terror, é suficiente. É ao jornalismo que querem matar, assinalou Emilio Sánchez, redator do diário El Nuevo Herald, de Miami.



Sánchez é membro da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e participou do seminário sobre riscos do jornalismo realizado de 26 a 28 de maio, no Hotel Granados Park.



O evento foi organizado pela SIP, com o apoio da UNESCO e os diários ABC Color e La Nación, com a participação de destacados painelistas argentinos e a presença de jornalistas de diários, rádio e televisão de nosso país.



“Em Cuba há um jornalismo falso que responde à propaganda do sistema”, afirmou Sánchez. Ele disse que na ilha não há liberdade de expressão. No seminário assinalaram que o aumento da corrupção nas Américas obriga os homens e mulheres da imprensa a evitar os riscos, planejando e ordenando as coberturas.



O poder das máfias para sortear o estado jurídico e submeter a juízes, procuradores e policiais à sua disposição, é um elemento chave da política moderna, que o jornalismo deve assumir, sem que isso represente perigo para a sua integridade.



“Pode-se conseguir os mesmos resultados com o mínimo de riscos”, afirmou a instrutora da SIP, Sibila Camps, investigadora do diário portenho Clarín.



Fonte: NetforCuba International - http://www.netforcuba.org



Cuba e México se falam, porém a Espanha apoia a posição européia frente a Castro



Martí Noticias, 28 de maio de 2004



Cuba parece ter conseguido fazer as pazes com o México na Cúpula Euro-latino-americana de Guadalajara que terminou na sexta-feira, porém, em troca, piorou seu enfrentamento com a União Européia (UE) quando insistiu em insultá-la, dizendo que “é uma aliada e subordinada dos Estados Unidos”.



As relações diplomáticas de Cuba e da UE continuam virtualmente congeladas desde que há um ano os europeus fecharam a passagem de Cuba ao Acordo de Cotonú e começaram a criticar fortemente as violações dos direitos humanos na ilha. Um dos requisitos para pertencer ao Acordo de Cotonú é que o país membro ou aspirante a sê-lo, respeite os direitos humanos. O regime de Fidel Castro foi censurado em abril passado na Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, por suas violações sistemáticas desses direitos.



Durante o debate para acordar a Declaração Final da Cúpula de Guadalajara, de novo se fez evidente a inimizade de Cuba e os 25 países da União Européia, aos quais o governo de Cuba acusou em uma declaração fechada em Havana, de atuar como “um rebanho de cordeiros subordinados a Washington”.



Cuba queria que a Declaração de Guadalajara incluísse uma condenação explícita do embrago financeiro da Lei Helms-Burton, dos Estados Unidos, sobre o regime comunista e também das medidas que foram anunciadas recentemente por Washington, para apertar ainda mais o nó da economia cubana.



A União Européia, todavia, estabeleceu a contraproposta de que a Cúpula condenasse de modo geral “todas as medidas de caráter unilateral contrárias ao Direito Internacional, incluindo aquelas de efeito extra-territorial”. Cuba qualificou essa proposta de “tímida e ridícula”, porém se considerou segura sua aporvação.



Transcendeu, por outro lado, que a Declaração de Guadalajara condenaria “os maltratos de prisioneiros em cárceres iraquianos”, embora sem mencionar os Estados Unidos.



Fontes diplomáticas espanholas disseram que a chegada ao poder na Espanha, do socialista José Luis Rodríguez Zapatero, em substituição ao conservador José María Aznar que enfrentou Castro, não modificará a posição da União Européia de exigir do ditador cubano, respeito pelos direitos humanos de seu povo. “A Espanha deseja ver um povo cubano que avance democraticamente, que tenha um grau de desenvolvimento, de progresso e de bem-estar e, desde já, essa vai ser a nossa linha de trabalho”, disse Zapatero, na quarta-feira, em uma entrevista à Televisa.



A delicada questão dos direitos humanos em Cuba também esteve na origem da disputa com o México que, declarando outras causas, retirou nos primeiros dias de maio a sua embaixadora de Havana e expulsou o embaixador cubano.



No discurso inaugural da Cúpula, o Presidente do México, Vicente Fox, disse que “não há desenvolvimento sem democracia nem democracia que sobreviva à falta de desenvolvimento”. “A democracia funciona; um regime que respeita e fomenta as liberdades individuais, que impulsiona a participação social e o desenvolvimento coletivo através do talento e da contribuição de seus integrantes, se traduz em uma sociedade não só mais rica, com mais valores, senão também, mais justa...”



“A democracia funciona; funciona como o mostra bem o duplo processo de integração e desenvolvimento que têm seguido as nações da comunidade Européia. A experiência européia, quer dizer, a conjunção de democracia e estado de direito que respeita as liberdades e direitos essenciais das pessoas, assim como um modelo econômico que fomenta o desenvolvimento humano e a integração da cooperação regional, constitui um exemplo digno de emulação”.



Fonte: NetforCuba International - http://www.netforcuba.org



Guadalajara – 44 detidos por protestos contra a reunião internacional da semana passada nesta cidade



Os provocadores foram identificados como membros de organizações não-governamentais (ONGs), entre elas a Frente Popular Revolucionária e o Conselho Geral de Greve da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Estas, por ordem ao que parece, provenientes de Havana, violaram o acordo da noite de quinta-feira entre o governo de Jalisco e os sindicatos e coletivos que participaram de uma marcha pacífica, alegre e festiva, para protestar contra a terceira cúpula da América Latina, o Caribe e a União Européia.



A Procuradoria da Justiça de Jalisco consignou hoje 44 das quase 100 pesoas que foram detidas ontem à noite, tanto no cenário dos enfrentamentos como nos aglomerados, que granaderos e forenses levaram a cabo por toda a cidade até às três da manhã de hoje, em prevenção de atividades terroristas. Do mesmo modo, a Direção de Segurança Pública estatal liberou 10 jovens detidos por falta de provas e entregou às autoridades migratórias da Secretaria de Governo, pelo menos 8 estrangeiros que haviam ingressado no país apenas com o intuito de promover desordens.



“Às duas da manhã (do sábado), um grupo de granaderos entrou no bar Lido (no centro desta cidade) e levaram seis jovens a quem estavam perseguindo”, contou Lídia, outra estudante local que preferiu omitir seus sobrenomes. “Desde que acabaram os distúrbios, as caminhonetas granaderas saíram por todas as colônias agarrando gente seletivamente, ao que parece, fichadas anteriormente”.



Todos os detidos foram concentrados nos sótãos da Segurança Pública. Entre os estrangeiros detidos está a cidadã canadense Lalou Deperrier Roux, de Quebéc, veterana participante na organização de motins internacionais contra o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Tratado de Livre Comércio.



Fonte: lavozdecubalibre.com



Mobilizações pela liberdade de JOSU LARIZ IRIONDO



No próximo dia 8 começará o julgamento contra o exilado político basco Josu Lariz, preso em Buenos Aires desde novembro de 2002. Diante deste processo, estão se intensificando as mobilizações de apoio.



Neste sentido, o alkartetxe da Argentina expressou seu “mais enérgico repúdio ao pedido de extradição por parte do Estado espanhol”, e solicita ao Governo argentino que lhe conceda asilo político. Através de uma declaração “unânime”, manifesta sua solidariedade à Lariz e seus amigos.



Por otro lado, durante o ato que em 25 de maio congregou 200.000 pessoas na Praça de Maio de Buenos Aires, pelo motivo do Dia da Pátria Argentina, desfraldaram um painel de grandes dimensões na qual se podia ler: “Sim ao refúgio. Nçao à extradição”.



A Associação Diáspora Basca, por sua parte, destaca que “emprestar uma cela funcional aos negócios havidos entre o presidente uruguaio Jorge Batlle e o derrotado presidente espanhol José María Aznar, empana a imagem da Argentina”. A este respeito, destaca que sua libertação será “um ato de justiça, meritório para o Governo e honrará a tradicional solidariedade do povo argentino”. Denuncia, além disso, “as arbitrariedades cometidas”.



Fonte: www.seprin.com



Traduções: G. Salgueiro



terça-feira, 1 de junho de 2004

Àqueles que vivem de condenar “as torturas” cometidas contra os presos iraquianos, pelos soldados da coalizão na prisão de Abu-Gharib; aos que bradam aos quatro ventos “os indignantes maus tratos” aos terroristas muçulmanos na base militar americana de Guantánamo, Cuba, trago uma pequena mostra do que passam os presos de consciência nas mãos do regime ditatorial de Fidel Castro.



Diariamente recebo, através de valorosos correspondentes cubanos exilados em várias partes do mundo, denúncias escabrosas de que são vítimas esses presos políticos, todos pacíficos e sem nenhuma alegação de violência, atentado ou ato terrorista em suas folhas corridas, e cujo único delito foi pedir liberdade e respeito aos mais elementares direitos humanos. A diferença de tratamento oferecida a uns e outros pela mídia nacional e estrangeira, que exacerba no caso dos iraquianos e omite-se absolutamente num silêncio cúmplice sobre o que padecem os cubanos, é algo que merecia um estudo psicológico aprofundado, pois beira a esquizofrenia.



Hoje temos informação sobre o reparo na Venezuela, extraída de um jornal da cidade de Carabobo e uma denúcia de que os atentados ocorridos em Madri, em 11 de março passado, partiram de uma provável combinação entre os bandos terroristas Al-Qaeda e ETA basca.



Mas hoje eu quero encerrar com uma frase que quase soa como uma sentença, que recolhi do rodapé de uma mensagem de um querido amigo; deixo-a para reflexão de todos. O que estamos fazendo de nossas vidas? Até amanhã.



"Devemos nos arrepender, nessa geração, não tanto pelas más ações das pessoas más, mas pelo silêncio assustador das pessoas boas" (Martin Luther King Jr)



Raúl Arencibia doente e sem cama na prisão 1580



Eu, Olga Ibáñez Echeverría, esposa do prisioneiro de consiência Raúl Arencibia Fajardo, que se encontra na prisão 1580, destacamento 5, cidade de Havana, cumprindo uma condenação de três anos, denuncio que meu esposo neste momento está dormindo no chão, já que não há uma cama para ele.



Arencibia encontra-se doente, tem problemas no sistema pulmonar. Está operado de um pulmão, do estômago e padece de bronquite asmática. No dia de hoje (29 de maio) fui à Vila Marista e acabo de chegar; eles me disseram que não me podem dar resposta, que tem que ser em 15 e K (Direção Nacional de Cárceres e Prisões), para que faça uma carta e relate os detalhes. Lhes disse que se eles querem que alguém grite pelos cinco heróis presos nos Estados Unidos, eu tinha que gritar aqui por meu herói, já que ele só tem à sua mãe, sua esposa e sua filha. Aí me explicaram que Vila Marista era independente da prisão 1580.



Falei com os oficiais da penitenciária, onde ele se encontra atualmente, reclamando ante a situação e lhes disse que iria colocar-me em frente à penitenciária e não iria dormir até enquanto não dessem uma cama ao meu esposo, já que de todo modo não posso dormir em minha casa, com esta preocupação. O chefe da unidade me deixou esperando-o por quatro horas, sob um intenso sol e não me deu resposta, nem uma possível solução.



Realmente, creio que uma pessoa em seu estado de saúde, o mínimo que pode ter é uma cama onde descançar; ali há entre 200 e 300 presos que não têm onde dormir. Lhes propus a possibilidade de levar um colchão de nossa casa e tampouco o aceitaram. Quando o vi, no dia de ontem, o encontrei muito mal; Raúl Arencibia não poderá resistir nessas péssimas condições.



Conclusão: enquanto me mandam de prisão em prisão, inclusive a 15 e K, meu esposo continua sem colchão e sua saúde já precária se deteriora cada dia mais.



Fonte: http://www.payolibre.com/presos.htm



ETA e Al-Qaeda teriam planejado atentado conjunto, segundo imprensa espanhola



O diário “El Mundo” publica em sua edição de hoje que um líder islâmico preso na França porpôs ao grupo armado basco, perpetrar ataques terroristas após os atentados de 11 de setembro de 2001.



MADRI – Um líder islâmico preso na França propôs ao bando armado basco ETA, perpetrar atentados conjuntos após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, informa hoje o diário madrilenho “El Mundo”, citando informes confidenciais do governo espanhol anterior.



Segundo o jornal, os indícios que sustentam essa possível colaboração, denominada “Sabre Samurai”, baseiam-se em conversações e cartas de etarras captadas pelos serviços de segurança. O documento mais significativo consiste em uma carta enviada em 12 de setembro de 2001 – um dia depois dos atentados da Al-Qaeda contra as Torres Gêmeas e o Pentágono – por um islamita conhecido como Ismail, preso no cárcere francês de Fresnes, ao dirigente histórico da ETA José Luis Urrusolo Sistiaga, aliás “Joseba”, que nesse momento se encontrava na prisão madrilenha de Soto del Real.



Nesse escrito, o islamita diz: “Viste o que aconteceu em Nova York? Ha ha ha! Em uma palavra, magnífico! A teoria do terror aplicado em sua pureza... A nada. Foi um presente magnífico para mim. Vi o coroamento de minhas idéias teóricas. Lembras-te, Joseba, há quatro anos, quanto te falava da teoria das cargas?”

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“Ainda ficarei na França ano e meio. Durante esse período posso ajudá-los. Depois de dois meses e seis dias de trabalho nos preparativos da operção “Sabre Samurai” vamos fazer essa operação e lhes demonstrarei. (...) Esperemos que uma hipotética colaboração de grupos islamitas-ETA não inclua o empenho de um terrorista suicida”, diz a missiva, segundo o “El Mundo.



Um segundo documento ao qual teve acesso o governo do então Presidente José María Aznar, incorpora uma conversação que mantiveram o etarra encarcerado José Ignacio de Juana Chaos e uma amiga, em fevereiro de 1998.



Na conversa, De Juana Chaos diz à sua interlocutora: “Se os integristas quiserem, os espanhóis se põem a correr daqui (do País Basco) em uma semana, do mesmo modo que puseram a correr do Sahara (território do norte da África que um dia foi colônia espanhola)”.



Segundo publica “El Mundo”, o governo de Aznar não dispôs destas informações até o dia seguinte aos atentados de 11 de março passado, em Madri, que o Executivo nessa ocasião atribuiu erroneamente à ETA.



O coordenador geral da Izquierda Unida (IU), Gaspar Llamazares, considerou que a informação do periódico espanhol não tem credibilidade. Em suas palavras, uma possível conexão entre Al-Qaeda e ETA é um argumento que surgiu quando se provaram “as mentiras da guerra do Iraque” e é uma hipótese que se tem empregado para “ocultar as responsabilidades que têm os governos de Bush e Aznar”.



Na opinião de Llamazares, essa premissa surgiu “quando agonizavam os argumentos sobre a guerra do Iraque, quando ninguém acreditava mais que houvesse uma conexão entre o governo iraquiano e o terrorismo internacional, e quando provou-se que era mentira também a relação entre o governo iraquiano e as armas de destruição massiva”. “Creio que não tem nenhuma credibilidade”, disse o líder da IU sobre esta conexão, para acrescentar que embora tanto o terrorismo da ETA como o islâmico sejam “repugnantes”, em seu julgamento “não têm nada a ver”, por mais que Aznar insistisse sempre que o terrorismo é sempre igual.



Fonte: www.seprin.com



Coordenadora Democrática: “Conseguimos reparar as assinaturas necessárias em Carabobo”



Valencia – reportou Marlene Piña Acosta



Nesta segunda-feira respirou-se um ambiente de celebração na sede da Coordenadora Democrática (CD) de Carabobo, onde os representantes dos procuradores aglutinados neste bloco, asseguraram que conseguiram reparar as assinaturas necessárias nesta entidade.



Embora não tivessem dado projeções em respeito às normas do ente eleitoral, a coalizão deu mostras de satisfação, durante uma coletiva de imprensa, à qual esteve presidida por Blanca de Domínguez (Projeto Venezuela), Lenny Green (Primero Justicia), Douglas Fernández (Gente del Petróleo), Douglas Surga (AD), Manuel Barreto (Gente del Petróleo), Luis Fernández (ABP), entre outros.



Douglas Fernández manifestou que concluiu a etapa de recoleta de reparo, porém que o revocatório não terminou com este passo, pois agora está na etapa de incerteza e à espera de que o CNE reconheça os resultados.



Por sua parte, Douglas Surga, que foi credenciado como representante da Coordenadora Democrática ante o CNE, porém, apesar disso não lhe foi permitido o acesso às suas instalações, anunciou que solicitarão a destituição de Mario Vargas, adjunto à direção do CNE do estado de Carabobo, devido à possível série de irregularidades que cometeu durante a jornada.



Blanca de Domínguez alertou aos carabobenhos sobre as intenções do oficialismo, desde sua mais alta expressão, por desconhecer os resultados da jornada de reparo. Mostrou cópia de uma das “Atas de Observações de Testemunhas”, mecanismo através do qual advogados do Comando Ayacucho tentavam ivalidar um volume importante de assinaturas, sob o argumento de fatos irregulares na mesa eleitoral, cujo material já se havia preparado para sua distribuição nos centros de reparo.



Domínguez negou que a aliança opositora tenha utilizado a clonagem de cédulas: “todos os venezuelanos estão conscientes que essa trampa estava preparada pelo oficialismo, que procedeu à clonagem do documento no Ince, nas praças e em qualquer lugar”.



“Aqui não cabe trampa e o oficialismo sabe disso. Todavia, as tentativas vão continuar. A repressão aumentará, porém nós temos que estar preparados para combater com nossa vontade férrea de continuar defendendo a saída pacífica e que o país volte a se encontrar como irmãos, sublinhou a dirigente do Projeto Venezuela.



Luis Felipe Medina, coordenador do MVR, denunciou a clonagem de cédulas por parte da oposição e assegurou que não conseguiram reparar as assinaturas necessárias.



Quem tem razão?



Fonte: www.notitarde.com



Traduções: G. Salgueiro



segunda-feira, 31 de maio de 2004

Cuba se crê “o umbigo do mundo”, segundo expressão usada pelos próprios cubanos, quando querem referir-se à arrogância e prepotência do “Líder Máximo”. Pois foi exatamente isto que ele tentou fazer em relação à "Cúpula de Guadalajara”, quando emitiu uma carta desastrosa ao povo mexicano; resultado, o tiro acabou lhe saindo pela culatra e seu chanceler preferido, Felipe Pérez Roque saiu todo chamuscado. Se calhar, Pérez Roque vai ter que fazer uma auto-crítica em praça pública, por não ter conseguido sensibilizar os outros 57 países que com ele dividiam os trabalhos da tal cúpula.



Honestamente, fiquei muito feliz que isso tivesse ocorrido porque não estava, como nunca esteve em jogo, a melhoria da qualidade de vida e respeito ao “povo” cubano, aquele que enfrenta as “guaguas” para ir ao trabalho diariamente, muitas vezes com fome e sem um banho, porque não há água para todos regularmente. Por este povo eu luto, sofro junto com eles e muitas vezes choro, ao ver tanta desumanidade sem que nós, pobres mortais sem grana nem poder, possamos fazer alguma coisa para mudar tamanha miséria e escravidão. A miséria do povo cubano só pode ser comparada à de outros povos que vivem sob a pressão de regime irmão, como China, Vietnã ou Coréia do Norte. Por mais que haja aqui pobreza, miséria ou mesmo fome, nós somos livres, podemos progredir, fazer alguma coisa para sobreviver; em Cuba não, porque TUDO é do Estado, até sua própria vida, por isso a deseperança e o índice de suicídios lá é tão alto...



Mas hoje também trazemos notícias da Venezuela e a prévia (ao menos as expectativas) do “reparo”. A mansidão e aceitação do tropero de Sabaneta em relação ao resultado levam-nos a ficar com a pulga atrás das orelhas. Há qualquer coisa de estranha no ar mas só nos resta aguardar os acontecimentos.



A outra informação que damos hoje vem da Colômbia; assassinaram um dos chefes da Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), cujo codinome era “Doble cero”. O jornal Folha de São Paulo noticiou hoje, também, que o fundador das FARC – Manuel Marulanda “Tirofijo” - havia morrido em conseqüência de um câncer de próstata, referindo ter visto a notícia no jornal “El Nuevo Herald” mas eu procurei, inclusive no próprio site de tal grupo terrorista e nada encontrei. Se for verdade, breve confirmaremos e informamos aqui.



Bem, hoje o Notalatina está sendo editado um pouco tarde mas espero que os amigos ainda estejam acordados e dispostos a tomar conhecimento do que vai pela América Latina e Caribe. Amanhã falaremos outra vez dos absurdos cubanos. Aliás, quero informar que brevemente meu amigo Percival Puggina estará lançando seu livro sobre Cuba que nós teremos o maior prazer em divulgar e comentar neste blog. Até amanhã, então.



Cuba mais isolada após a Cúpula de Guadalajara



Da AFP em Guadalajara, reportou Elisa Santafe



Cuba ficou ainda mais isolada ante a comunidade latino-americana e a União Européia (UE), após lançar na III Cúpula da América Latina, Caribe e União Européia um duro ataque aos europeus mas que não conseguiu seus objetivos.



A Declaração da cúpula euro-latino-americana não incluiu finalmente uma condenação à lei norte-americana Helms-Burton, porque a delegação cubana e seu chanceler insistiram até o último momento em que além disso, se denunciassem as recentes medidas norte-americanas para reforçar o embargo à ilha, ao que os europeus se negaram.



A UE, que sempre condenou esta lei e desde o primeiro momento estava disposta a reiterá-la na cúpula, “foi bastante flexível e disposta a considerar as preocupações de Cuba”, defendeu Dermont Brangan, porta-voz a chancelaria da Irlanda, país que exerce a atual presidência européia.



Porém, “Cuba tentou endurecer a linguagem (da declaração) com mais críticas aos Estados Unidos”, e “isto era demasiado para a União Européia”, apontou o porta-voz.



O chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, teve uma “atitude bastante entropecedora e obstrucionista” e “dá lástima, porque é bloquear por bloquear” e “porque vai tudo em detrimento da população cubana, à qual dirigimos toda nossa simpatia”, estimou uma fonte européia.



No lado latino-americano, muitos chanceleres sentiram-se “incomodados” ante a insistência de Pérez Roque e o tempo perdido com este debate, e fizeram-no saber, segundo uma fonte da chancelaria chilena, que estimou que o governante cubano, Fidel Castro, “se equivocou” quando na véspera da cúpula acusou a UE de ser “cúmplice com os crimes e agressões dos Estados Unidos” contra a ilha.



Com esta atuação “Cuba foi a única que perdeu”, uma vez que não se tem todos os dias os chanceleres de mais de 50 países reunidos”, lamentou.



Segundo um funcionário europeu presente nos debates, a atitude de Cuba “não foi correta”; foi “excessiva e não adaptada a este diálogo” euro-latino-americano.



“Cuba não é o único país da cúpula; há 58 e é uma pena que uma cúpula de 58 países esteja totalmente dominada pelo comportamento de Cuba. Há outras coisas das quais falar com a América Latina e o Caribe”, deplorou.



O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, assegurou na véspera que a UE “não quer isolar Cuba” e que “não está no interesse de Cuba enfrentar a União Européia e isolar-se da comunidade internacional”.



Ante esta última batalha de Cuba, a UE mantém sua postura do último ano: “Antes que possa haver progressos na relação” entre ambas as partes, “necessitamos que haja melhoras no terreno”, disse Prodi na sexta-feira.



Após dois anos de aproximação, as relações entre a UE e Cuba estão praticamente bloqueadas há um ano, quando a UE decidiu repudiar as condenações dos 75 dissidentes e tomar, entre outras, a decisão de convidar os opositores às embaixadas européias em Havana.



As autoridades cubanas exigem que os europeus retirem esta medida para retomar as relações, enquanto que Bruxelas pede a libertação dos dissidentes, entre outras medidas, para melhorar a situação dos direitos humanos.



Cuba, além disso, rechaçou os fundos de cooperação europeus e retirou sua candidatura ao Acordo de Cotonú de cooperação entre a UE e o grupo de países da África, Caribe e Pacífico (ACP), ao qual pertence a ilha.



Além disso, no ano passado não se celebrou a reunião de diálogo político que mantinham as partes após o reatamento de suas relações a este nível, em 2001.



Os europeus devem renovar em junho sua posição comum sobre a ilha, onde pedem uma transição democrática desde 1996, e onde seguramente se mencionará a postura cubana em Guadalajara, segundo uma fonte européia.



Por sua parte, o novo governo espanhol, visto por Cuba como um possível sócio para melhorar as relações com Bruxelas, defende a postura da UE. Seu presidente, José Luis Rodríguez Zapatero, qualificou a opinião de Cuba de “minoritária” e disse que “lhe deve servir como elemento de reflexão”.



Fonte: lavozdecubalibre.com



Assassinam na Colômbia o líder dos paramilitares



Assina a matéria: Margarita Martinez da Associated Press



“Doble cero” (Duplo zero), fundador dos grupos paramilitares, aliado de Carlos Castaño e aberto critíco da infiltração do narco-tráfico na luta anti-guerrilheira – que o levou ao afastamento de sua cúpula – foi assassinado por matadores profissionais, disse ontem a polícia.



Carlos Mauricio García, seu nome real, saía de um supermercado com uma mulher quando foi atingido com cinco disparos na cabeça, na cidade caribenha de Santa Marta, na sexta-feira, após meses de perseguição por seus inimigos, disse a Polícia de Magdalena.



Em um de seus últimos correios eletrônicos à AP, em relação à provável morte de Castaño, chefe das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), afirmou que não temia falar porque seus inimigos, os narco-traficantes no interior do paramilitarismo, encabeçados aliás, por “Don Berna”, queriam matá-lo de qualquer maneira.



“O que poderia acontecer mais a mim, se me queriam matar mais vezes ou com mais intensidade, ou com uma arma maior?”, escreveu García, de 39 anos.



“Doble cero” denunciou que Castaño teria sido assassinado um mês antes, ao que tudo indica pela facção que agora lidera as AUC, às quais pertencem seu próprio irmão, Vicente Castaño e “Don Berna”.



O corpo de Castaño não apareceu e seus antigos aliados – em negociações de paz com o governo – afirmam que ele está vivo.



García denunciou que as AUC haviam vendido blocos inteiros, com homens e armas, por milhões de dólares a narco-traficantes, que os utilizavam para a proteção de seu negócio e não na luta anti-subversiva.



Ele qualificava de “farsa” os diálogos que os parlamentares realizam com o governo e disse que, com o provável assassinato de Castaño, eliminava-se um obstáculo para os narco-traficantes.



O governo, em meio a polêmicas internas e externas, realiza negociações de paz com as AUC, que poderiam levar à desmobilização destas forças, e que afirmam ter 20.000 combatentes.



Fonte: El Nuevo Herald



Oposição venezuelana anuncia que validou as assinaturas necessárias



A oposição venezuelana proclamou ontem que conseguiram-se as assinaturas suficientes para convocar o Referendo Revocatório contra o presidente Hugo Chávez.



“Conseguimos as assinaturas... temos absolutamente suficientes assinaturas que não as vão poder escamotear”, disse o dirigente opositor Enrique Mendoza, enquanto seus seguidores gritavam: “Vitória, vitória!”



“Em 8 de agosto haverá Referendo”, assegurou Mendoza na sede da Coordenadora Democrática (CD) que reúne a oposição a Chávez.

“Mais de 700.000 vontades tornaram possível este revocatório”, disse Mendoza e após seu anúncio soram fogos na zona leste de caracas, um bastião opositor.



“A partir de hoje o Referendo Revocatório não pára ninguém”, insistiu. Mendoza assinalou que imediatamente anunciaram ao país a realização de uma grande marcha em Caracas, na qual “dois milhões de seres humanos virão de todas as partes do país”.



Para ativar o referendo contra o mandato de Chávez, a oposição deve conseguir a validação de 555.215 assinaturas, para completar assim as 2.46 milhões de rubricas exigidas. A oposição juntou as assinaturas em fins de 2003. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) validou 1.910.965 das apresentadas e colocou outras 1.192.914 em observação, pelo qual deviam ser “reparadas” ou confirmadas em três jornadas de verificação que foram concluídas ontem. No processo também podiam solicitar sua exclusão os assinantes arrependidos.



Previamente, o porta-voz opositor Américo Martín disse que “as metas estão amplamente superadas; sem fazer triunfalismos prévios, sem dar cifras estamos enormemente satisfeitos, enquanto o opositor Jesús Torrealba assegurou que a oposição tem “mais de dois milhões e meio de razões” ao referir-se à cifra requerida para ativar a consulta.



Após o anúncio de Mendoza, o CNE reiterou que estava proibido oferecer resultados até enquanto a entidade não emita seu primeiro boletim, previsto para terça-feira, e assinalou que as estações de televisão que transmitirem as declarações destes dirigentes poderão ser objeto de fechamento.



Por sua vez, vários dirigentes oficialistas também se atribuíram a vitória. “Graças ao povo... temos razão para celebrar”, disse em uma coletiva de imprensa José Albornoz, secretário geral do partido oficialista Patria Para Todos, no meio dos partidários que gritavam: “vitória, vitória, vitória popular”.



O presidente, por sua parte, reiterou ontem sua disposição a submeter-se a um referendo se a oposição validar o número de assinaturas necessárias para ativar a consulta, após uma reunião com o ex-presidente e Prêmio Nobel da Paz de 2002 Jimmy Carter, que encabeça a missão de observadores do Centro que leva seu nome.



“Se o CNE amanhã, ou depois de amanhã disser que a oposição chegou às assinaturas (necessárias), eu vou feliz ao referendo e convido a todo o país, tanto o governo quanto a oposição, que vamos felizes (à consulta)”, declarou Chávez a jornalistas.



“Eu não tenho medo nenhum do referendo, porque eu tenho minha força política e popular”, acrescentou.



Fonte: El Nuevo Herald



Traduções: G. Salgueiro