sexta-feira, 18 de outubro de 2002

O Notalatina de hoje está, ele todo, explosivo. A situação da Colômbia é calamitosa. As FARC, que muitos descrêem ter alianças sólidas e fraternas com Chávez, Fidel e o PT, continuam espalhando o terror e dando as cartas, tal e qual o meliante queridinho por 9 entre 10 cineastas brasileiros, Fernandinho Beira-Mar. Há dois dias a cidade de Medellín transformou-se num inferno, causando pânico permanente entre seus moradores.



E na Venezuela, o delinquente mental que governa aquele país, joga suas últimas cartas para intimidar os opositores, tentando desmantelar a greve geral marcada para a segunda-feira próxima. As notícias são do jornal “El Nuevo Herald” e "Associated Press".



RECRUDESCEM OS COMBATES EM MEDELLÍN



A batalha urbana em Medellín, travada entre cerca de 500 rebeldes de esquerda que defendem posições em um populoso setor residencial do oeste da cidade, e 1.000 efetivos das forças governamentais que tentam derrubá-los, piorou às 2 da madrugada de ontem, com a explosão de um carro-bomba que destruiu parcialmente um moderno edifício de 18 andares dessa cidade, de dois milhões de habitantes, porém não deixou vítimas mortais.



Posteriormente, as autoridades conseguiram desativar um ônibus carregado de explosivos que esteve a ponto de estourar, perto da Comuna 13*, de 20 bairros e habitado por 100.000 pessoas. Alí, no fechamento desta edição, pelo segundo dia consecutivo, os rebeldes e a força pública continuavam combatendo casa por casa, no que tem sido considerado a maior batalha urbana da história colombiana.



Por sua vez, o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, se deslocou na tarde de ontem até Madellín, para receber informes sobre os combates, informou a Agência France Press.



Funcionários da municipalidade disseram à imprensa que o chefe de Estado reuniu-se com os comandantes militares e policiais, assim como com altos funcionários do departamento do governo de Antioquia e da prefeitura de Medellín, para passar em revista a situação da populosa Comuna 13 dessa cidade.



Antes de viajar à Medellín, Uribe qualificou de “loucura” e “assunto doloroso” a ocupação da Comuna 13 por parte dos guerrilheiros urbanos e lamentou a morte de vários membros da força pública e dos grupos rebeldes.



Em duas semanas de registros em subúrbios do sul de Bogotá, a Polícia confiscou 120 cargas explosivas usadas para a explosão petroleira e para demolição de edificações, que estavam em mãos das milícias urbanas das FARC.



Os explosivos, de acordo com o comandante da polícia de Bogotá, general Jorge Daniel Castro, foram adquiridos no Perú e podem destruir tudo num raio de 50 metros.



O chefe militar de Medellín, general Mario Montoya, denunciou que os rebeldes entrincheirados na Comuna 13 estão utilizando a população civil como “escudos humanos”. “Nós vamos ficar dentro (da Comuna 13) até que possamos efetuar todos os nivelamentos necessários.



Os rebeldes usam fuzis de assalto, metralhadoras anti-aéreas calibre 50 e lança-granadas múltiplas, que empregam para atacar caminhões da Polícia e helicópteros da Força Aérea, um dos quais foi atingido ontem. Um tripulante do aparelho acabou ferido.



O número de mortos resultantes desses combates em Medellín, ao final da tarde de ontem, não foi precisado pelas autoridades, porém, de acordo com fontes distintas, oscilava entre 11 e 14, quatro deles militares. O saldo de feridos graves é de 22 pessoas.



”Vamos conseguir que os guerrilheiros saiam dali, vivos ou mortos”, disse o general Carlos Ospina, comandante do Exército.



*A Comuna 13 é um bairro onde os guerrilheiros das FARC desabrigaram vários moradores de suas casas, para fazerem aí suas trincheiras. Muitas foram semi-demolidas, para dificultar o ingresso da Polícia e das Forças Militares em seu interior. (Notalatina)



CHÁVEZ AVALIA DECLARAR O ESTADO DE EXCEÇÃO



CARACAS – Associated Press



O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está disposto a declarar o estado de exceção se prolongar-se a greve geral de 12 horas convocada para 21 de outubro, pelas maiores organizações sindicais e empresariais do país, afirmou ontem a Procuradora Geral, Marisol Plaza.



O governo respondeu assim, à decisão tomada pela oposição de fazer a greve geral, para pressionar Chávez a adiantar as eleições ou renunciar, para facilitar uma saída pacífica da crise que o país enfrenta desde o falido golpe de abril.



Plaza disse que o governo e os corpos de segurança estimaram que, se “a greve se estender de forma perigosa”, e “a situação escapar ao seu controle”, ditará “um decreto de estado de exceção”.



A procuradora justificou a medida assinalando que esta seria imposta para “resguardar a cidadania e evitar que se produza um golpe de Estado”.



”Poderia decretar-se o estado de emergência econômica ou de comoção interior. O primeiro procederia se se subverter a economia através de uma greve indefinida... e o segundo se se alterar a ordem pública”, declarou Plaza, na entrevista ao jornal El Universal.



Os dirigentes empresariais denunciaram a existência de grupos adeptos ao governo que ameaçaram em saquear o comércio e tomar empresas que paralizem em 21 de outubro.



O presidente da Confederação das Indústrias da Venezuela, Lope Mendoza, informou que solicitou ao Ministro da Defesa que outorgue proteção às companhias locais, devido a ter recebido inúmeras ameaças da parte de grupos que se identificam com simpatizantes de Chávez.



A Constituição outorga poderes ao Presidente para decretar, no Conselho de Ministros, o estado de exceção e restringir temporariamente as garantias consagradas na carta magna. A medida deve ser ratificada pela Assembléia Nacional e pelo Tribunal Supremo de Justiça. Do mesmo modo, prevê-se que não poderão ser suspensos os diretos à vida, o devido processo e a informação.



quinta-feira, 17 de outubro de 2002

O Notalatina de hoje traz várias notas: um comentário do nosso mais novo colaborador Carlos Reis que abre a edição, e mais comentários sobre o insustentável melindre de vestal ofendida do PT, com o depoimento da atriz Regina Duarte e, conforme prometemos, seguem notícias da bomba-relógio que começa sua contagem regressiva, na capital venezuelana, Caracas.



LATRINA I



EUA condenam espiã pró-Cuba



Notícia de Zero Hora de 17.10.2002 dá conta que Ana Belén Montes, cidadã americana de procedência porto-riquenha foi condenada a 25 anos de prisão. Como sabemos, Ana Montes é espiã desde 1984 e confessou isso em março desse ano.



Mas a notícia é dada com um viés nitidamente queixoso e traz somente a versão da própria traidora:



- Acho que a política do nosso governo em relação a Cuba é cruel e injusta, e me sinto moralmente obrigada a ajudar a ilha a se defender das tentativas de impormos os nossos valores e nosso sistema político – disse Ana Montes, 45 anos, ao juiz Ricardo Urbina.



LATRINA II



No mesmo dia Zero Hora publica o elogio de Chávez a Lula, em Roma, onde é convidado de honra da FAO, no dia mundial da alimentação. Diz não temer um golpe militar anti-Lula, o que ele teria interepretado do programa do Serra. É o tal do terrorismo que não sai da boca do PT nesses dias finais de campanha.



Carlos Reis



LULA RECHAÇA AS TÁTICAS DE SERRA



A participação da atriz Regina Duarte no programa eleitoral do candidato José Serra, foi matéria de hoje no jornal El Nuevo Herald que, apesar de ter uma linha editorial imparcial, hoje resvala e discretamente mostra por quem parece torcer. Diz na matéria (não assinada): “O Partido dos Trabalhadores, que postula pela quarta vez a Presidência, denunciou ontem ante as autoridades eleitorais, uma mensagem da reconhecida atriz Regina Duarte enxertada nos programas “proselitistas” de Serra na televisão” (aspas minhas).



Ora, eu não estou aqui para defender o candidato governista, como nunca defendi nenhum deles, mas por que a declaração de “medo” da atriz é considerada proselitismo? Se o PT usasse dos mesmos argumentos, como, aliás, em matéria de apelação sentimentalóide tem sido imbatível, seria aplaudido pela mídia nacional e estrangeira, mas com os outros isso não pode; é proselitismo.



O PT acusa o outro candidato de estar patrocinando o “terrorismo mental” com essa inserção da atriz, mas eu pergunto: o que é mais terrorismo: dizer que tem medo do que virá, com tudo o que já se sabe desse partido e das alianças feitas pelo Sr. Lula, ou suas ligações arqui-provadas com reconhecidos terroristas das FARC e assassinos cruéis como Fidel Castro? Quando a atriz Regina Duarte diz ter medo da falsa mudança petista, ela reflete o sentimento de muitos brasileiros que não deram seu voto a este senhor, que ainda nem ganhou as eleições mas já mostra o ditador que se esconde em seu espírito; quem viu a censura autoritária que ele impôs ao jornalista Boris Casoy na semana passada, para justamente não revelar suas íntimas ligações com Chávez, Fidel e as FARC, tem mil e um motivos para temer o que virá pela frente. O que a maioria da população que aplaudiu a atitude da atriz espera, é que ela não ceda às pressões que vem sofrendo de todos os lados, de colegas de profissão, sobretudo, e vá às câmeras de tv se retratar, e desmetir a afirmação anterior.



CONTAGEM REGRESSIVA NA VENZUELA



Enquanto isso, na Venezuela, a oposição começou a contagem regressiva para a greve do dia 21, sem o apoio de importantes sindicatos do setor público. Chávez continua debochando e passeando na Europa, repetindo hoje, em Roma, o que já havia dito na França: “Não quis renunciar quando houve o golpe de Estado em 11 de abril. O poder que o povo me deu, só o povo pode tirar. Fiz tanto caso desse ultimatum que vim à Roma”.



A greve de 12 horas foi convocada pela Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV) e a cúpula empresarial, Fedecâmaras, com o respaldo da Coordenadoria Democrática (CD, que reúne todos os partidos políticos e grupos civis opositores a Chávez), no caso em que o chefe de Estado continuasse ontem no poder. Porém, as diretorias dos sindicatos petroleiros, empregados públicos, transporte público e os de algumas empresas importantes como a da siderurgia e do alumínio, anunciaram que trabalharão no dia 21, o que é ruim para o movimento, considerando o grande número de filiados a esses sindicatos. Além desses, algumas indústrias que acabaram de assinar convênios de proteção com o governo, anunciaram que se opõem ao protesto. Lógico... Do lado patronal, o Conselho de Grandes Industriais (Conindustria) e a Câmara de Alimentos (Cavidea), vinculadas à Fedecâmaras, ratificaram seu apoio ao movimento.



Entretanto, em Caracas vivem-se momentos tensos depois que a Brigada Especial da Polícia Metropolitana (PM), dirigida pelo governador opositor, Alfredo Peña, lançou ontem à noite gases lacrimogênios em agentes desse grupamento em greve há duas semanas. Os policiais grevistas estão concentrados há dias perto da sede da governadoria, que fica na Praça Bolívar, a principal de Caracas, informou o canal estatal. Segundo porta-vozes dos grevistas, os agentes leais a Peña “se prestaram a dar-nos a estocada final”, informando que foram atacados por policiais motorizados que os atacaram à noite.



Fonte: El Nuevo Herald e La Nación



quarta-feira, 16 de outubro de 2002

O Notalatina havia prometido dar sequência, hoje, aos comentários sobre a crítica situação da Venezuela. Entretanto, essa carta que me chegou fala mais do que qualquer notícia de jornal, por isso, dei preferência ao apelo feito por um cidadão venezuelano que conhece melhor do que nós, o que é viver sob o jugo, direto ou indireto do ditador Fidel Castro.



Uma coisa curiosa e que não posso deixar de salientar, é a extrema e quase desesperada preocupação do povo latino-americano com a possibilidade de se eleger o Sr. Da Silva, presidente do Brasil, enquanto que aqui, dentro do nosso quintal, as pessoas debocham e fazem muito pouco caso daqueles que ainda insistem em tentar alertar a população do mal que poderá nos acontecer, com essa vitória tão insanamente ansiada e festejada.



Não posso deixar de comentar, ainda que rapidamente, o escândalo que a mídia inteira fez, a propósito da sincera preocupação da atriz Regina Duarte, ao referir “medo”, não o imbecilóide “de ser feliz”, mas medo do real, do concreto que nos aguarda, com a vitória da insensatez sobre a razão. Se ela fosse à televisão tecer loas e engrossar o cordão dos imbecis coletivos que deliram diante da possibilidade de se deixarem voluntariamente escravizar, certamente teria os aplausos dos patéticos zumbis de plantão.



Carta aberta ao povo brasileiro



LULA: O CANDIDATO DE FIDEL E DAS FARC



Por: Alejandro Peña Esclusa (*)



Caracas, 15 de outubro de 2002



Escrevo-lhes nesse momento com angústia e preocupação, para fazer-lhes de forma sincera e desinteressada uma clara advertência: o candidato Lula está estreitamente vinculado a Fidel Castro, a Hugo Chávez e à guerrilha colombiana, e se ganhar as eleições, o Brasil corre o perigo de conformar um eixo internacional de poder, com epicentro em Havana. Como consequência, vosso país submergirá em um redemoinho destrutivo que os levará a graves enfrentamentos internos e, inclusive, a uma guerra civil.



Há mais de quatro anos, escrevi uma mensagem urgente aos venezuelanos, intitulada “Hugo Chávez, o candidato de Fidel Castro e das FARC”, que foi publicada em diversos jornais de circulação nacional. Comecei a advertir sobre este perigo em setembro de 1995; porém, tal era o descontentamento com os governos anteriores e com os partidos tradicionais, que os venezulanos desconsideraram minhas apreciações.



Pouco antes das eleições presidenciais de 1998, Chávez negou seus vínculos com Fidel Castro e sua simpatia pelos regimes comunistas, fazendo-se passar por moderado. Alguns analistas ingênuos – ou cúmplices – creram nele; todavia, Chávez mentia, e uma vez na Presidência, encarregou-se de impulsionar na Venezuela um projeto idêntico ao modelo comunista cubano. Chávez não pode enganar-me porque eu conhecia bem seus vínculos com o Foro de São Paulo.



O Foro de São Paulo é uma organização criada por Fidel Castro em 1990, para reorganizar a esquerda latino-americana, depois do descalabro do comunismo na União Soviética e na Europa Oriental. Do Foro de São Paulo participam como membros fundadores, entre outras, as organizações terroristas colombianas, como as FARC e ELN.



È de importância vital que os senhores saibam que Lula é o principal dirigente dessa organização, junto com Fidel Castro, e foi ele o anfitrião da primeira reunião, realizada justamente na cidade de São Paulo (de onde se tomou emprestado o nome), sob os auspícios do Partido dos Trabalhadores.



Se bem que Chávez tenha fracassado em seu intento de impôr um sistema totalitário comunista, porque o povo venezuelano o desmascarou e definitivamente não aceitará suas pretensões, a experiência foi profundamente destruidora, tanto para a economia como para as instituições nacionais. E, em que pese esteja derrotado, Chávez não se dá por vencido e planeja impôr pela força seu modelo, pelo qual nos encontramos à beira de uma guerra civil.



Igualmente ao que fez Chávez em 1998, Lula se apresenta a si mesmo como moderado, e até nega sua estreita relação com Fidel Castro e com Chávez; porém teria que se perguntar ao candidato: primeiro, se ele é dirigente fundador dessa organização e, segundo, se dele participam Fidel Castro, Hugo Chávez e os grupos guerrilheiros colombianos. Estou seguro de que não se atreverá a negá-lo, porque existem abundantes provas que o incriminam, porém, tentará descartar a informação, alegando que é um foro de discussão aberto à participação de todas as esquerdas. Entretanto, o que faz um homem, supostamente democrata, sentado na mesma mesa com narcotraficantes e terroristas, que têm feito do assassinato, do seqüestro e da extorsão um modo permanente de vida?



Confiamos em que os senhores não incorrerão no mesmo erro cometido pelos venzuelanos, já que as consequências, muito difíceis de serem revertidas, terão graves repercussões não só para o Brasil, como para todo o continente americano, durante várias gerações.



Recebam, irmãos brasileiros, nossos mais sinceros sentimentos de apreço e amizade, desejando-lhes o melhor a vosso bonito povo.



(*) Engenheiro Mecânico. Egressado do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional. Atualmente é Presidente da Força Solidária, associação civil que encabeçou numerosas marchas de oposição ao governo de Chávez.



terça-feira, 15 de outubro de 2002

A DIVISÃO DOS VENEZUELANOS APROFUNDA A CRISE ECONÔMICA NO PAÍS



Duas magistrais manifestações a favor e contra o presidente Hugo Chávez, em três dias, mantêm a Venezuela imersa em uma incerteza política, completamente polarizada, pendente de uma nova greve geral e a caminho de um próximo precipício econômico.



Milhares de pessoas tomaram no domingo as ruas de Caracas. Ante o entusiasmo de seus seguidores, Chávez foi claro ao rechaçar o ultimatum apresentado pela oposição, que ameaça com uma greve geral para 21 de outubro próximo (para a qual a população vem sendo mobilizada e orientada), se ele não renunciar ou convocar eleições antecipadas. O presidente venezuelano replicou seus opositores, alegando que vão ter que esperar até agosto de 2003 para uma eventual convocatória a um referendum, a fim de revogar seu mandato.



Ocorre que a constituição venezuelana lhe faculta esse direito, pois fixa o período presidencial em seis anos, porém contempla a possibilidade de um referendum para revogar o mandato na metade do período, ou seja, no caso de Chávez, só em agosto de 2003.



Nessa verdadeira queda de braço, cada lado afirma ter a maioria consigo. Se na manifestação dos opositores na quinta-feira passada houve um milhão de pessoas, os chavistas afirmam que a manifestação em apoio ao presidente arrastou dois milhões às ruas do centro de Caracas.Para ajudar nessa camuflagem, o jornal oficial cubano Granma, de ontem, ilustrava entusiástica matéria com uma foto do evento. Não seria nada demais, se a foto não fosse do evento da oposição, publicada em outro informativo, o “Tal Cual”, denunciado prontamente pelos opositores do presidente.



O empresariado venezuelano ratificou que irá realizar a greve marcada para o dia 21. Segundo o presidente da Fedecâmaras, Carlos Fernández, “Não há outra forma como medida de pressão, para que haja uma saída democrática com eleições”. Por outro lado, o mandatário venezuelano assegurou ontem que o país não ficará paralizado pela oposição: “Me restam dois dias do ultimatum, porém o país não vão pará-lo. Quem vai parar este país pelo capricho de uma pessoa, pela obsessão de um grupelho de pessoas que querem que Chávez saia, custe o que custar?”, disse o presidente em um ato com pequenos e médios empresários.



O fato é que hoje, dois dias após a manifestação em seu apoio, o presidente Hugo Chávez viajou para Paris, onde foi encontrar-se com o presidente francês Jacques Chirarc. Em declaração à imprensa francesa Chávez debocha do movimento que se avoluma em prol da sua deposição: “Dei tanta importância a este ultimatum, que vim a Paris; o ultimatum é uma expressão do desespero, da irracionalidade, quer dizer, dos que não têm razão porque não querem dialogar, porque não têm nenhum projeto, não têm nenhuma liderança sobre o país; então, lançam qualquer coisa que se lhes ocorra para tratar de gerar alguma idéia no mundo acerca de uma suposta debilidade do governo que represento”.



A comunidade venezuelana que reside em Paris parece não concordar muito com essa percepção, fezendo uma barulhenta manifestação com apitos e caçarolas, no local onde se situa o hotel em que o mandatario está hospedado, pedindo sua renúncia.



Amanhã darei mais informações sobre essa tensa situação que a mídia brasileira prefere ignorar, como se fosse coisa sem importância uma possível guerra civil, bem ali, do nosso lado.



Hoje o Notalatina publica um artigo do Carlos Reis, que passará a colaborar neste espaço, com sua pena sempre lúcida.



A TREZE DIAS



(27 de outubro menos 13)



Muito gostaria de relaxar na forma da prosa, uma prosa amigável, entre amigos, mas também útil e prazeirosa para aqueles que não conheço. No entanto, A TREZE DIAS não consigo relaxar o suficiente para passar uma idéia de prazer ou algo amigável, senão no sentido do conforto pelo que ainda não aconteceu. Se aconteceu, por certo que foi sem o emblema da data e seu significado do fato consumado e irretorquível. Mas A TREZE DIAS o sentimento é esse: incredulidade e surpresa com o sentimento, esse já não meu, predominante no país com a vitória de Lula, não que aqui esteja a surpresa e a incredulidade, mas que a minha própria diante da minha (da nossa) sabedoria solitária ou quase, mas de qualquer modo, absolutamente minoritária.



Então se escrevo A TREZE DIAS com esse tom pesado e pressuroso, repleto de maus augúrios, todos verificáveis não na anatomia das aves, ou nas penas de um corvo, mas na História, na velha professora não mais ouvida, é porque estou convencido (parafraseando Lula) que estamos A TREZE DIAS do abismo. Se isso não me transforma em um novo Dr. Beto do Apocalipse, estou então mais para Cassandra, uma inconveniente e verdadeira desmancha-prazeres socialistas, A exatos TREZE DIAS. Azar. Sou pessimista sim, e daí? O número do azar não é exatamente o treze?



E quem, sabendo como começou o nacional-socialismo, não se deprime com os mesmos números nefastos ou búzios já jogados, um autêntico universo paralelo onde todo o mal conhecido se repete e se reconhece, ainda assim não fica pressuroso e pessimista? Somos nós, essa maravilhosa confraria de amargura! Gostei de uma frase que poderia ser o nosso lema de resistência, que alguém citou lembrando Lutero: “Vivo sou tua peste, morto sou tua morte”. Magnífica. Conheço outra versão mais popular e cinematográfica: “Nós sabemos o que vocês fizeram no verão passado”. O dilema, no entanto, continua; como fazermos o maior número saber se eles são Legião A (exatos) TREZE DIAS?



Carlos Reis





segunda-feira, 14 de outubro de 2002

O mundo inteiro anda preocupado com a possibilidade de se eleger no Brasil, um governante francamente favorável ao regime castro-comunista. Ex-presos políticos cubanos, que sentiram na pele a desgraça que é a falta da liberdade, um regime de exceção constante e definitivo, e a escravidão a que submetem os ditadores ao seu povo, escreveram uma carta aos povos das Américas, conclamando um último apelo às consciências dos eleitores, que o Notalatina publica hoje, com exclusividade.



Só quem viveu na carne é que pode falar, com propriedade, o que é um regime comunista. Ainda é tempo! Reflita sobre sua opção!



Obs.:A carta do Presidente Vaclav Ravel, da República Tcheca, citada no artigo abaixo, estará brevemente disponível no site Mídia Sem Máscara – www.midiasemmascara.org



Outubro, 12, 2002 – Diario Las Americas, Miami (FL)



Esquerdas preparam revanche nas Américas, denunciam ex-presos cubanos



Consolidar o ditador Castro e assegurar a vitória do esquerdista Lula no Brasil, são duas metas que poderão levar ao caos o continente, advertem os ex-presos políticos; e convidam a meditar sobre recente discurso do presidente checo, Vaclav Havel em Miami, onde descreve a capacidade comunista para enganar como “um dos instrumentos mais diabólicos”



NEW JERSEY (DI) – “As esquerdas das três Américas preparam sua maior revanche depois da queda do império soviético, tentando consolidar o regime comunista de Cuba e obter a vitória no Brasil do pró-castrista Lula da Silva, duas metas de curto prazo que poderão levar o caos a outros países da América Latina, e isolar os Estados Unidos”, denunciaram em coletiva à imprensa, dirigentes da União de Ex-Presos Políticos Cubanos, Inc., Zona Norte.



Os ex-presos assinalaram que certos congressistas, governadores e empresários norte-americanos, em uma manobra que qualificaram de “inescrupulosa”, estão viajando à Cuba para oferecer uma “tábua de salvação” financeira e política ao ditador Fidel Castro, com a qual assegurariam a seu regime uma perigosa sobrevivência no flanco das Américas, a só 100 milhas das costas norte-americanas.



A respeito da situação eleitoral no Brasil, os ex-presos manifestaram sua preocupação com a nítida posição pró-castrista do candidato presidencial Sr. Lula da Silva, cujos assessores, segundo a imprensa brasileira, estariam tentando transferir a tomada de posse do novo presidente de 1º de janeiro para 6 de janeiro, com o objetivo principal de que Fidel Castro pudesse viajar ao Brasil. Os ex-presos manifestaram sua desconfiança com o “new look”, com a aparência moderada do sr. Lula e explicaram que Fidel Castro usou métodos similares para tomar o poder, chegando a usar medalhas da Virgem e rosários no pescoço.



Continuando, os ex-presos fizeram um chamado aos norte-americanos, brasileiros, cubanos e demais habitantes das Américas, a meditar sobre um recente discurso do presidente da República Checa, Vaclav Ravel, na Universidade Internacional da Flórida, onde além de recordar os amargos frutos do comunismo, denuncia a manipulação da linguagem, com o uso de palavras talismãs, como “um dos instrumentos mais diabólicos do avassalamento de uns e do embelzamento dos outros”.



“É uma linguagem cheia de sonhos, esquemas ideológicos, flores retóricas e esteriótipos idiomáticos; uma linguagem capaz, por um lado, de maravilhar enormemente às pessoas que não tenham descoberto sua falsidade, ou às que não tiveram que viver nesse mundo manipulado por essa linguagem; e, ao mesmo tempo, uma linguagem capaz de despertar em outras pessoas o medo e o terror, obrigando-as a disimular permanentemente”.



No atual contexto das Americas, poucas palavras poderiam servir de melhor advertência, concluem os ex-presos.



Para fazer contato com a União de Ex-Presos Políticos Cubanos: tel.: 201-867-6211; fax: 201-319-0506



DI021010 Destaque Internacional



Tradução: Graça Salgueiro



domingo, 13 de outubro de 2002

A situação na Venezuela está cada dia mais crítica e tensa. A grande e pacífica passeata ocorrida na quinta-feira passada, dia 10, serviu como um termômetro para mostrar o grau de insatisfação da população com relação a seu dirigente, o presidente Hugo Chávez.



Ele sabe que está perdendo terreno dentro de sua própria casa e agora aposta muitas fichas na eleição brasileira, que, com o apoio de Cuba, lhe servirá de reforço e poderá devolver-lhe o poder, que está por um triz. Esse assunto tem sido tratado com sigilo absoluto, e vem sendo negado até aonde é possível, mas não é possível esconder que o candidato petista recebeu recentemente de presente (talvez um amuleto de boa-sorte), uma réplica da espada de Simón Bolívar, vindo do amigo venezuelano. Para quem entende de símbolos, esse presente tem um cunho muito especial...



Quem viu as imagens desse gigantesco movimento, deve ter visto, também, que haviam cartazes, faixas, escrito em camisas a frase: ”Al loco le falta poco”, numa demonstração clara da pressão que o povo está fazendo para a retirada de Chávez do governo.



Em matérias publicadas na Unión Radio, da Venezuela, as percepções dos acontecimentos entre o presidente da Alianza Bravo Pueblo, e o presidente Hugo Chávez são, obviamente, bem diferentes.



OPOSIÇÃO ADIANTARÁ DATA DA PARADA CÍVICA NACIONAL



Enquanto o presidente Hugo Chávez se importava com uma possível paralização indefinida em escalas nacionais, em seu programa de rádio, membros da Coordenação Democrática levaram a cabo uma reunião onde se decidiu adiantar a data da greve que a central trabalhadora havia convocado para o próximo dia 21 de outubro, com o objetivo de pressionar eleições antecipadas, onde se consultará a população venezuelana sobre quem deve conduzir a primeira magistratura.



O presidente da Alianza Bravo Pueblo, Antonio Ledezma, disse que a saída do presidente Hugo Chávez será imediata e democrática. Também deu a conhecer alguns dos pontos da declaração de princípios proposta por César Gaviria, representante da OEA, e sugere que o desarmamento dos grupos armados se faça na presença de observadores internacionais.



”A coordenação ratifica que está subscrita no espírito da Declaração de Princípios, a convocatória a uma consulta popular antecipada, com o objetivo de superar a grave crise de governabilidade. Quando falamos de eleição popular antecipada, estamos nos referindo a uma consulta na qual o protagonista deve ser todo o povo da Venezuela”, disse.



O dirigente de Visión Emergente, Cipriano Heredia, fez um chamado à população para que no dia da parada cívica não realize nenhum tipo de compras nos comércios que abram suas portas, e pediu aos venezuelanos que protejam a propriedade privada nesse dia, ainda não determinado.*



Por seu lado, o deputado por Primero Justicia, Julio Borges, informou que a próxima semana será proposto à Assembléia Nacional que se convoque um referendum consultivo. Borges intimou o presidente Chávez a rubricar pessoal e unicamente a declaração de princípios apresentada por Gaviria. Também fez um chamado à Força Armada Nacional, para que os acompanhem na consulta popular.



*Há na Venezuela muitos comerciantes de origem árabe, que mantêm contatos “estranhos” com patrícios da Arábia Saudita, bem como desembolsam grandes quantias de dinheiro para a manutenção das milícias bolivarianas. Comenta-se, ainda, que esses comerciantes são francamente anti-semitas e que declaram seu apoio a Arafat. (Notalatina)



O PRESIDENTE CHÁVEZ CONVOCA À MARCHA OFICIAL DE AMANHÃ, 13 DE OUTUBRO



Na edição nº 122 de seu programa “Alô presidente”, o primeiro mandatário nacional, Hugo Chávez, celebrou os seis meses dos fatos de abril, no qual, segundo ele, se mobilizaram oito milhões de pessoas a “varrer a tirania”. Convidou à marcha oficial da manhã de domingo que partirá do Poliedro de Caracas até a avenida Bolívar. “Nós sim, é que vamos transbordar de verdade essa avenida”, assegurou.



Hugo Chávez afirmou que “entre os dias 12 de abril, 13 de abril e 14 de abril deste ano, de modo espontâneo se mobilizaram na Venezuela, em todas as partes, desde pequenos grupos até grandes massas, não menos de oito milhões de venezuelanos, quer dizer, um terço da população aproximadamente, desde jovens até crianças, mulheres, homens, camponeses, estudantes, trabalhadores de todos os setores da vida nacional”.



Chávez comentou que esse foi um povo que veio, um povo que se fez presente e que foi capaz de varrer, pacificamente, assim como varreria a avó Rosa Inés, cantando canções, o pátio da casa velha; assim este povo, cantando canções, com coragem, pacificamente varreu a tirania, varreu as apetências de grupos minoritários”.



Fazendo clara referência ao curto interinato de Pedro Carmona Estanga durante a vacância do poder em 11 de abril deste mesmo ano, Hugo Chávez criticou que quando “se auto-juramentou o tirano”, se pretendeu dissolver a Assembléia Nacional e o Tribunal Supremo de Justiça.



O presidente Chávez desconsiderou a parada cívica nacional que aconteceu em 9 de abril, chamando de “uma parada falsa porque não pararam o país”.



Hugo Chávez indicou que “os dias 12 de abril e, sobretudo o 13, podemos tomar-lhes como bandeira, creio que podemos tomar-lhes como bandeira. Amanhã vamos celebrar o dia da consolidação da revolução bolivariana”. O primeiro mandatário nacional convidou os cidadãos a participarem da marcha que se levará a cabo na manhã de domingo, em apoio ao seu governo.



Apesar de Chávez ter reiterado várias vezes seu chamado para que as pessoas “se vão organizando” para participar e mobilizar-se à marcha oficial, disse que “o fato da espontaneidade” é o que vai imperar na manifestação.



Fonte: Unión Radio de Venezuela